10.11.15

Amizades de Infância

Escrevi ouvindo: Broken Social Scene - Forgiveness Rock Record 



Esse último final de semana eu fiquei pensando em como as nossas vidas tomam rumos totalmente inesperados. Nossas vidas, a minha vida e a de todos os envolvidos nela e que já se envolveram algum dia. 

Eu sou o tipo de cara que gosta de uma boa conversa. No mesmo final de semana que me coloquei a pensar sobre o assunto deste texto, eu estava na casa de um amigo às 4hs da manhã, tendo chegado as 18hs do dia anterior. Algumas cervejas consumidas no caminho e uma boa música de fundo. Dos assuntos, os mais variados. É incrível como quando uma conexão funciona, não importa do que se fala. Da mesma forma que, ao contrário, a conexão não existirá. 

Do alto dos meus 27 anos, a nostalgia invariavelmente me atinge, seja uma passagem de uma música, um trecho de algo que li, uma conversa interessante, um filme, enfim. Às vezes os dias infantis vêm à tona. A primeira coisa que me vem à mente é o fato de eu ainda me achar um moleque apesar dos quase 30 anos nas costas. Isso de certa forma me assusta um pouco. Por outro lado, li em algum lugar que a minha geração acredita que a idade adulta se chega com 29 anos, e que, também, "os 30 são os novos 20". Não sei até que ponto posso me colocar a acreditar nisso mas sinceramente não vejo assumindo determinadas responsabilidades da "vida adulta" tão cedo. 

Mas isso é assunto para outro texto, há muito sobre o que se divagar e este espaço agora é, na verdade, sobre algo estranho que me ocorreu na conversa com meu amigo no fim de semana. Da minha infância. Precisamente das minhas amizades de criança. 

Na minha época (falando assim, parece que eu já estou na terceira idade, mas não se enganem), as pessoas na minha cidade, álias, a minha cidade era bairrista. As pessoas se conheciam pelos sobrenomes, famílias se conheciam, tinham aquela intimidade que só uma cidade pequena possuía. A tal da fofoca, rolava. Coisa bairrista. Coisa que, quase 20 anos depois, mudou completamente. A minha infância, eu cresci rodeado pelos mesmos amigos, pelas mesmas famílias, pelo mesmo convívio. Todos se conheciam. Os meus amigos assim eram desde o dia em que eu pisei na "escolinha" pela primeira vez, gordinho e com aquele cabelo tigela tão característico. Um pouco menos que uma década vivida dessa forma. Só quem viveu assim, sabe o quanto isso é bom. Lembranças e memórias em abundância foram geradas. Boas e ruins. Parte da vida. 

Mas este texto é sobre como a vida de cada uma dessas pessoas toma um rumo completamente diferente, coisas impensadas e diferentes. Quer dizer, não estou julgando, acredito que cada um tenha de viver sua vida da forma que bem desejar. O que me fez ficar pensativo e escrever é o fato de que, se hoje eu conhecesse aquelas pessoas, pela primeira vez, eu não seria amigo delas, sequer conhecido distante. Que coisa, não? 

Como as coisas mudam. É claro que eu só pude observar isso através de redes sociais. Apesar de tantas coisas controversas e idiotas que existem nas redes sociais, um lado importante é manter contato com quem realmente você conhece. E eu observo através de fotos, posts, textos, check-ins, como eu realmente não tenho completamente nada mais em comum com algumas dessas amizades de infância. Eu realmente passaria a oportunidade de conhecê-los, nos dias de hoje. Nada contra o estilo de vida, pelo contrário. Mas, como dizem, a ideia não bate. 

E foram inúmeras as tentativas de tentar revisita-los, conversar, manter contato. Até bate uma tristeza, mas aparentemente o que é passado é passado, literalmente, para essas pessoas. E isso, já faz tempo. 

Afinal, com o passar dos anos, já são 27 anos e contando, você perde a paciência para pessoas. Eu sou o tipo de cara que se não tiver afim de participar de algum evento social, por aparência, não marca presença. Não gosto de pessoas, por aparência. Não invento assunto, por aparência. Foda-se. De boa, de boa, tá ligado? A taxação de personalidade é tamanha, mas não estou nem aí. Tô de boa, sempre de boa. 

Vale o meu ditado, tá de boa, cola comigo, troca uma ideia, bebe uma breja e bora dar algumas risadas. Interesse parte de quem tem interesse. E sobre essas amizades, bem, acho que são passado mesmo.

28.4.13

Plenitude


Na superfície dos mares meu corpo emerge, e se apresenta à iluminação acalorada pela imagem de uma figura circular, que se encontra flutuando ao lado de algodões em movimento. Eu finalmente inspiro. Com dificuldade por assim não fazer há tempos. As profundezas salgadas e escuras retiraram o que de mais doce havia em meu coração. Mas finalmente respiro.

Balançando nas águas de um oásis infinito de ilusões. As coincidências que me encontraram se tornaram visões de um passado. A experiência da falta de oxigênio não tende a me sufocar jamais. Nesse deserto de águas o único rosto que guia as ondas do mar, com sua boca a assoprar, com seus lábios a me levar. O rosto é seu. As sombras que contornam a fisionomia me lembram você. E não me assusto pois agora sei que não enxergo miragens, você é a certeza que dissemina uma nova chuva de prazeres.

Tempestade que refresca minha mente. As ondas formadas pelos furiosos sopros de seus lábios me levam à encosta de uma praia solitária, habitada somente por pequenos seres de cascos digladiando contra suas próprias forças naturais. Em busca de vida. Fico desacordado, enquanto a noite baixa. E o meu corpo esfria, ordenando pela presença do seu. Atirado à areia, sinto a maré bater e rebater. Repetitivamente, pedindo para que acordasse. Pedindo para que levantasse. O meu corpo frio recebe um toque quente.

O meu rosto esquenta conforme a sua voz aproxima-se de meus ouvidos. Começo a me corar. Você trouxe-me de volta de uma ilusão de sonhos. Suas palavras me despertaram. Seu abraço me esquenta. Seu beijo me fortalece.

Não sei mais quantos dias viverei. Isso é mais forte do que eu. Apenas a certeza de seu amor torna plena a minha vida. Fique comigo, nesses últimos dias.

24.3.13

Reciprocidade

Acredito que reciprocidade é o sentimento que mais fascina e surpreende nas pessoas. Fascina pois é algo tão puro de se sentir e de se ter com alguém, algo singular, e causa surpresa porque acontecem em momentos inusitados.

Inoportunas são as situações em que se depara com a falta dele. E é quando mais machuca, embora, e talvez até pense assim de certa forma ingênua, a maioria das pessoas não tenham essa intenção. Elas simplesmente não tem a noção do quanto suas atitudes podem atingir outras pessoas. E isso pode ter relação com o que ela experimentou anteriormente.

Infelizmente, essa é uma bola de neve sem fim. Até porque falta para a maioria das pessoas inteligência emocional para entender, antecipar e tomar a melhor atitude na situação adequada para não machucar outras pessoas.

E a beleza da reciprocidade, de quando ela ocorre, de forma inesperada, é isso. É saber que do outro lado há um esforço suficiente para interação com outra pessoa. Belo e puro. O significado de que há uma vontade suficiente para que as coisas aconteçam em uma relação, seja de amizade ou amor. E quando não há expectativa nenhuma, isso ainda é mais bizarramente recebido com alegria. É um sacrilégio receber esse tipo de coisa com estranheza, mas é inevitável sentir de forma estranha quando não se espera.

Alguns tipos de pessoas valorizam muito seus relacionamentos. Suas amizades e o amor que sente por várias pessoas que fazem parte da sua vida. Elas tentam estar presentes nas vidas delas o máximo de tempo possível e que lhes for concedido. As chateiam quando não existe nada do outro lado. Mas não levam isso adiante. Sabem, também que, como já mencionei anteriormente, a infinidade de experiências que uma pessoa vivencia na vida dela, leva ela a tomar atitudes estúpidas com gente que a ama e tenta demonstrar isso das melhores formas possíveis. Isso também cai na questão da falta de maturidade em relação a inteligência emocional e do quanto algumas pessoas não estão preparadas para entenderem o quão profunda pode ser uma ligação entre duas pessoas.

Penso também que a maioria das pessoas tem medo desse tipo de pessoa. Pessoas compenetradas e que têm plena consciência das suas atitudes, vontades, gostos. Se elas querem, elas fazem e correm atrás. Se não houver reciprocidade, elas ignoram. Mas nunca partem pro abandono. As pessoas se desenvolvem, se tornam completas. Elas não mudam, elas agregam valores. E uma pessoa que você mal conhecia hoje, pode se tornar a mulher da sua vida amanhã, alguém que você acorda às duas da manhã e faz questão de te ver.

17.3.13

Espero Que Ela Traga As Cobertas

Eu tinha esquecido o quão louco é esse sentimento. E toda a emoção que vem junto dele. Você faz coisas impensáveis e estúpidas e em um milésimo de segundos já se arrepende eternamente, e em um outro milésimo de segundos você se sente conformado. Eu não me sinto conformado. Conformado é uma palavra vazia. Nunca me sinto conformado. Conformado é aquele que aceita condições. Eu nunca aceitei condições. Eu sou muito teimoso. Acabava tomando mais atitudes estúpidas do que pensadas, sendo persistente, chato e incompreendido. E depois disso tudo, ainda estava inconformado.

Nunca me dei bem com limitações. Todos as possuímos. Eu, por exemplo, não sei falar mandarim. Isso é uma tremenda de uma limitação. Pois se algum dia eu fosse a China e me apaixonasse, eu não conseguiria me declarar apropriadamente. Mas não sou conformado. Portanto, eu usaria minhas super habilidades de mago suposto intelectual do amor e usaria gestos e atitudes. Coisa branda, simples, e que todos sempre hão de não fazerem.

Não são tantas mulheres assim. Esse rapaz não é prático suingueiro da noite. O plural utilizado é para se tirar o foco. E o foco me foi tirado da proposta desse texto. Só para me complicar um pouco mais. E quem está lendo, se é que você ainda se arriscou aventurar até os finais dessa linhas. Porque se sua curiosidade chegou até aqui acredito que esteja supondo algo sobre mim e a minha vontade de fugir para a Itália e abrir uma vinícola como bom samaritano campônes. Você supôs certo. Acredito que você deva conhecer mais sobre mim do que eu mesmo. Você deveria estar aqui escrevendo este texto, torna-lo romântico de certa forma, o bastante para que existam finais felizes.

Todo final feliz para mim passa por uma boa taça de vinho e uma louca noite de amor. O fato de eu estar tomando muito mais cerveja pode significar que alguma coisa está errada ou que ninguém mereça tomar um bom vinho. A suposição sobre abrir uma vinícola na Itália é meio desastrosa. As coisas não estão boas por aqueles lados. Até tem dono de grande organização renunciando o maior poder de todos, o de acenar feito bobo para milhares de alienados dizimeiros. Isso é engraçado.

Esse texto é sobre vinhos e cervejas. Frio e calor. Calor e ausência.

Eu não fumo, embora eu ainda tenha uma enorme vontade de posar singularmente a uma paisagem paradisíaca com as mãos enfeitadas pelo trago vagaroso de um cigarro. Eu não preciso fumar. Eu só preciso me fazer de tonto. E é como a melhor cerveja me faz sentir.

Eu senti o sabor dela algumas vezes, mas com um espaçamento terrível de tempo entre as sensações. Eu morria um pouco a cada gole. Alguma hora ia acabar. Mas não acabava pois fontes me trouxeram outras garrafas, e elas estavam geladas. Acompanhadas de muitas risadas.

Essa canção é sobre um rosto familiar já dizia o poeta. Mas tem gosto de cerveja, e um pouco de cigarro também. Eu ignorava o cigarro, o gosto da cerveja era mais prazeroso, vagaroso, culminante e comprometedor.

Me comprometia. Me comprometeu. Eu nunca mais fui o mesmo. Só mais um bêbado procurando cervejas com faces familiares que tentaram chegar aos pés do nobre gosto amoroso que me possuía em poucos momentos. E ela sempre conseguia me matar aos poucos. Com a distância, com a distância.

É que normalmente tem feito calor. Cerveja gelada é a melhor pedida. O vinho só virá com o frio e com as cobertas. Espero que ela traga as cobertas.

16.3.13

Expoente da Proteção no Infinitivo

No som do carro as nossas trilhas sonoras.

Eu voltei para casa pensando em muita coisa para lhe dizer. Coisas para algum dia lhe dizer. Coisas que traduzirão a forma como me senti naquele tão fatídico sentimento que se criara. Os mais puros segundos que senti em uma centena e meia de minutos.

Eu não posso lhe dizer agora. Embora meu comportamento displiscente de antemão, e tão bobo e relapso, diga para abrir mão do silêncio. Embora meu abdomên se retraia, conjure cada vez mais e mais aquele gelado torpor que chega e invade minha garganta. Que há de gritar engajando o amor que descobrira.

Chamaram a minha atenção por vezes no trabalho. Estavam curiosamente me observando olhando para o nada. Indagando como alguém pudera se tornar tão perdido em um pensamento como há nunca havia visto. 

"Olá!? Alguém procurando um pequeno e superflúo pontinho preto nesse vazio?" Me questionavam.

Eu retomava a atenção, e acenava com a cabeça. Não posso ser indiscreto. Mas pouco sei me esconder, o que mais faço é rir pelos cantos. Até as piadas sem graça do meu chefe se tornam lágrimas de riso ao ponto que tocam irritantemente o meu ouvido. Antes mera formalidade. Sorriso aqui, sorriso ali.

Sorriso ali, sorriso aqui.

Aqueles olhos mais claros.

Ah... seus olhos.

"Hey, acorda campeão! Meu relatório em dez minutos há de estar em minha mão!"

Agora, emburrado estava. Mas não por muito, o relatório lá estava, com cinco minutos. Para então, pelos próximos cinco, me concentrar em pensar em você. Cinco minutos, e o resto do dia. Da semana, do mês. Até a próxima oportunidade para lhe ver.

Em uma centena e meia de minutos pude saborear da sensação do complemento de minha alma. Já tive aqueles momentos mais brilhantes com outras pessoas, mas por alguma razão, aquilo tudo lá trás parece agora tão comum.

Aproveite o momento, rezava em minha mente. Guarde essas lembranças, elas fazem parte de nós dois agora. E nada irá apagar o que se viveu. E não será apenas meu comportamento embriagado que ficou denotado naquele raiar de dia. Foi também a espontaneidade com que me atingia e o carinho com que lhe portava em meu abraço.

E apesar da sobriedade com que tomo esse sentimento, saiba que o que mais quero são tomar de volta os quilometros que meu carro engoliu, ao som da sua canção, reprisando por horas e horas até meu destino. Toma-los de volta, para observar-lhe ao menos mais uma vez.

Eu estou aqui para lhe proteger do mau. Eu estou aqui para lhe oferecer muito mais. Eu sei do medo que tem de deixar aquilo de lado, eu compreendo. Mas com o tempo vai observar, em meu sorriso envergonhado e discreto a chance para algo mais. Sensações diferentes. Assim como sua surpreendente forma de surpreender-me, tão voraz.

E se não houver. Não temerei. Estarei aqui, para sempre lhe oferecer bem. E apenas lhe beijarei se fechares seus olhos, entreabrires seus lábios e esticares seu pescoço. Porque só eu sei como a fragrância da minha colônia provocou-lhe a ponto de morder-me sem pudor.

Lembre-se, que apenas os meus abraços são expoentes da proteção no infinitivo.

Nunca se atreva a esquecer. 

Pois eu sei que música colocar no rádio.

19.12.12

O Jogo

Como dito no filme "Moulin Rouge", um dos musicais românticos mais celebrados e maravilhosos dos últimos tempos, "Love is just a game".

Sim, o amor é um jogo. Não digo que seja "apenas" jogo. Envolve certamente outras coisas, mas o espírito é de um jogo de sorte e azar, definitivamente. Você tem que saber jogar, você tem que saber a hora de perder e ganhar. Como um bom jogador de xadrez tem que saber perder peças para que possa triunfar a seguir.

Por que o amor é um jogo?

Essa talvez seja a pergunta que se caracteriza. É claro, muitos podem não concordam com o que falo, provavelmente por faltar de intelecto, ou por misantropia. A questão é que eu sempre fui inocente e ingênuo, e sim, mantenho minhas raízes, eu sou um eterno romântico bobo e apaixonado. Mas a evolução é necessária, dado o ambiente em que se vive. Um ambiente repleto de falsidade e sorrisos questionáveis. E aprendi que viver assim não é tão ruim. Sinto falta de um abraço acalorado, de um beijo longo com alguém que se ama, mas isso deve se esperar com alguém realmente fantástico, enquanto isso jogamos, enquanto isso fingimos paixões de noites de sextas-feiras, enquanto isso vivemos amores de fins de semanas.

E isso não é promíscuo, é viver. É curtir e conhecer pessoas novas. Lugares novos. Não ter medo, e se tiver, enfrentá-lo. É CORRER RISCOS!

Ser feliz compete somente as pessoas que correm riscos. Que vivem no limite, que odeiam rotinas. Que gostam de sorrir. Que gostam de chorar. Pessoas que se sintam desanimadas, cabisbaixas, que se abatem, mas que fazem de tudo para que as coisas sejam diferentes, melhores. Ser feliz compete àqueles com ideais, com propostas. Pessoas com princípios, que os defenda. Que não abaixe a cabeça perante dificuldades e situações inusitadas. Pessoas que erram, e aprendem com seus erros. Que aprendem a jogar!

Ser feliz compete àqueles que também aceitam a derrota. Aceitam o louvor da vitória de seu oponente. Mas que luta para que possa sempre se superar. Para que não cometa os erros que o fez desqualificar perante ao outro. Isso é ser feliz, isso é saber jogar.

Enfim, isso que se passou soou como um trecho de livro de auto-ajuda. Mas eu sempre quis explorar isso. Dizer isso. Para que minha idéia seja semeada. Eu fugi do assunto. Retornemos.

O tal do jogo. Saber como jogar vai de cada um. É desnecessário explanar, não há exatamente regras descritas em algum lugar, quem as faz são os próprios jogadores. No momento mesmo. O jogador deve saber se impor, e também deve saber as horas de se manter misterioso.

A dificuldade de se encontrar a vitória nesse jogo contrasta com o seu objetivo. Que englobam metas. Mas saiba que agir assim não é de todo mal. Acredite, eu gostaria que as coisas fossem mais simples, mas as pessoas não facilitam. Otários existem em todo lugar é verdade, e de todo gênero.

A vitória é dada ao jogador que souber identificar aquela pessoa que está sendo realmente honesta, sincera, carinhosa. Esse é o maior dos desafios. E também saber identificar a hora certa de criar vínculos e compromissos.

O amor não acontece de uma hora para outra. Se apaixonar pela primeira vista é compreensível, mas ser rídiculo e espalhar por aí que se ama ao segundo que se beija é patético. Por isso deve-se saber separar bem algumas coisas. Para mim ambos devem andar juntos. E ambos surgem em momentos diferentes. Saber conciliá-los e mantê-los é a chave para o amor verdadeiro e a felicidade amorosa.

Na minha mente inocente as pessoas poderiam muito bem parar com isso e serem sinceras. Mas sei que isso não é realmente da natureza de ninguém, que isso ocorre como um mecanismo de defesa, para que essas pessoas especiais possam se encontrar. Para que essas pessoas se identifiquem e sejam felizes e passionais.

Afinal, um sentimento tão belo é esse descrito por Caio Fernando Abreu: "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra." E isso é verdadeiro. Já senti isso, mais de uma vez. E pude sentir algo maravilhoso mesmo que por pouco tempo. Pessoas também maravilhosas que por circunstâncias de vida, tempo e distância perderam-se.

Você deve guardar essas lembranças e seguir em frente. Pois elas sempre estarão com você e com a outra pessoa, aonde quer que esteja. O que quer que faça, nada irá apagar. Esse é o sentimento mais puro em um ser, saber guardar em seu coração o que foi verdadeiro e sincero. Guardar o que foi bom. Mesmo não sendo possível algo maior, um vínculo, um compromisso. Mesmo que separado por conflitos. Separar o bom do mau, não se enganar, claro. Mas admitir bons momentos.

Decepções todos temos. Mas é por isso que existe o jogo do amor, para nos prevenirmos delas, e sabermos com o que lidamos.

O divertido e engraçado, também prazeroso e confuso, jogo do amor.

16.12.12

Prepara-te Soldado

Prepara-te soldado, a batalha estás a frente
Equipa tuas mãos de compaixão
Pois teus inimigos não desistirão
De possuir-lhe com o indecente

Soldado, levanta-te, aponte tua arma
Teu objetivo jaz ao longo do campo
Espera-te escondida a mais linda alma
E o perigo, amigo, tentará mantê-lo do encanto

As mais mesquinhas estratégias adotarão
Mas, soldado, tua pureza os liquidarão
Mantenha-te inocente, mantenha-te ingênuo
Superará os adversários somente com teu gênio

Avançará sobre a fortaleza, onde jaz teu objetivo
Para alcançá-la deve cruzar a ponte de olhos vendados
Não tema, o fervor de teu coração mostrará o sentido
Pois se não ousar, os desejos serão quebrados

Mantenha-te puro até o final, guerreiro
As batalhas você mostrou ter vencido
Mas a guerra não terminaste, companheiro

Mostrarás à mais bela alma,
Deves mostrá-la, o caminho de volta
Guie-a com tuas mãos sobre a impura rota

Pois a vitória à guerra,
Soldado,
É o sabor do ensejo
Demonstre, à mais bela alma, o teu trejeito
Pois a guerra acabará apenas com um beijo
Liquidar-se-á com o afeto do teu amor de desejo

13.12.12

Eu Quero


Quero uma pessoa que ao tomar banho, se maravilhe com o tato da água em seu corpo, veja como o vapor se condensa e se espalha pelo comodo. Quero uma pessoa que levante a cabeça e deixe a água bater em seu rosto, que sinta a perfeição de tal singelo ato. Que sente no piso e deixe a água escorrer por todo o seu corpo enquanto seus maiores e mais belos sentimentos e pensamentos tomam conta de sua mente. Que sinta a dor do passado, que a viva intensamente o presente e que sorria com o vislumbre do futuro.

Eu quero uma pessoa que olhe para o céu limpo da noite e iluminado pelas estrelas, que veja a paz e a felicidade que tão pouco lhe traz. Quero uma pessoa que veja a luz brilhante desses orgãos e que se alegre por perceber como tudo pode ser perfeito, lindo, bonito e simples. Quero alguém que suba comigo no telhado de casa, segure minha mão e deite-se, fixando seu olhar em meus olhos, me dizendo o quão especial tudo pode ser, ainda mais, cada vez mais. Pegando sua mão e levantando de leve meu cabelo, encostando então vagarosamente em minha bochecha, utilizando as pontas dos dedos e me criando o arrepio tão necessário a paixão. Quero que me diga te amo, quero que me faça lacrimejar, quero que sinta a brisa da noite, fria, que faz você se aproximar de mim, para que perto eu possa cercar-lhe e fazer-lhe minha, novamente. Pego meus dedos, desço minha mão por teu cabelo, retiro-o dos seus olhos, vejo-lhe sentir a emoção do nosso amor que se consome, por assim me contagio, desço minha mãos por sua nuca, e então lhe beijo os lábios. Confirmando assim o grande amor que sinto e que quero descobrir. Que queremos descobrir.

Eu quero passar um dia inteiro na cama, pois sei que estará do meu lado para dar carinho. Para assim que acordar mostrar de alguma forma carinhosa, com aquele jeitinho só seu, cativante, que consegue me contagiar, quando quer fazer amor comigo, quando quer me beijar. Quero alguém que aceite que leve o café da manhã a sua cama. Quero um amor que sempre esteja presente. Quero alguém que corra por mim pelo aeroporto. Que queira me encontrar o quanto antes. Que faça loucuras para não me perder. Quero uma pessoa que sente em meu colo e se apaixone com minhas palavras doces em seu ouvido, que se deixe contagiar com minhas mãos carinhosas envolta do seu rosto. Quero alguém que aceite se apaixonar em uma via movimentada de pessoas, que não se importe de correr e pular em meus braços. Que não se importe de me beslicar na frente de vários estranhos.

Quero alguém que me receba na porta da sua casa, que respeite meus sentimentos. Que olhe no fundo dos meus olhos e veja o quão profundo esse sentimento se torna. Quando as lágrimas tomam o controle. Quero uma garota que nunca desista de um grande amor. De um amor de anos. De um amor realmente verdadeiro. Quero que ela sempre tente fazer por onde para que demonstre seu afeto, sua paixão e sua vontade para com seu amado. Quero uma garota que me atraía fisicamente, que una delicadeza com sutileza. Que saiba me conquistar de corpo e alma.

Quero uma mulher, uma garota, uma menina, uma criança. Quero que ela me faça rir. Quero que ela rie de minhas esdruxúlas piadas como se alguma fizesse sentido. Quero ir com você à sorveteria em um dia de verão, em um dia de risadas e calor, um dia de amor e compartilhamento, um dia de braços dados e mãos atadas. Uma caminhada pelo centro. E um sorriso a localizar, aquele seu, o mais belo. Quero que pegue o sorvete e enfie em minha cara, inusitadamente. Para que com sua boca me beije açucaradamente, e ate então sua língua a minha com o gelado torpor do sabor de chocolate. A cobertura do amor que tanto busquei. Sabor morango certamente.

Sou aquele que está em uma praça. À sua espera. Imaginando quando irei poder rever seu rosto. Aquele mais bonito. Poder conversar com seus olhos, aqueles que me dirão quanta saudade sentiu enquanto viveu tantos dias longe de mim. Quero que saía da sua boca nada mais que nossos calorosos beijos juntos. Os quais só nós dois sabemos. Os quais somente ambos conhecem os passos a serem consolidados pelos lábios de cada um. Como um labirinto cada vez mais intrigante e complicado de ser desvendado, como um mistério cada vez mais longo e enlouquecedor. E então espero por você mais uma tarde.

E um susto a tomar. Meu coração você faz disparar. Você vagarosamente espreita pela surdina e me abraça carinhosamente. O abraço tão caloroso que me faz perder a sensação do verão interno e me arrepia congeladamente por todos os caminhos que minhas veias seguem até meu coração. Você me abraça, cruza seus braços em meu peito. E me diz algumas palavras. Aquelas que por tanto tempo esperei ouvir.

"Eu fiquei com saudade da sua boca, do seu jeito bobo e idiota de me fazer feliz. Senti saudade das suas piadas sem sentido. Senti saudade do nosso cobertor. Das suas lágrimas ao me ver partir. Das suas lágrimas ao dizer que amás a mim. Do seu abraço, aquele que consegue congelar o meu coração e todo o meu abdomên toda vez que lhe seguro. Eu senti saudade do seu rosto amanhecido do meu lado. Como és tão bonito ao reflexo do sol que entra pela nossa janela. Boca que por mais que o bafo matinal atrapalhe, não hei de evitar. Eu senti saudade das nossas loucas noites de amor, aquelas noites chuvosas nas quais seu corpo contaminava o meu com paixão e tesão. As noites em que me levava uma pequena rosa para me lembrar de nosso primeiro encontro. Eu sentia o vazio me contaminar toda vez que olhava aquele ursinho de pelúcia em minha poltrona, aquele que me destes em um dia tão especial. Eu senti saudade da força dos teus braços, e como me carregava até nossa cama. Como me pegava desprevenida na rua e me girava até ficar zonza e assim roubava-me vários beijos. Como me contagiava com os mais belos poemas por você escritos, por mim recebidos. Tenho saudade de como provocava-me na ponta da escrivaninha, de como me pedia para abandonar o trabalho para começar a lhe beijar loucamente. Tenho saudades das nossas longas conversas que atravessavam madrugadas, que atravessavam dias e noites. Tenho saudades dessas conversas que sempre nos amadureciam, interna e externamente. Tenho saudades de nossas brigas, porque jamais conseguíamos nos separar, e sempre pedíamos desculpas um pelo outro. Tenho saudades do orgulho que me dava por ser quem é. Senti saudade da sua presença. Senti saudades da sua cabeça encostada em meu ombro. Do seu cabelo amaciar, para assim lhe dar carinho. Do seu cabelo tão liso para lhe acariciar. Do seu cabelo tão cheiroso. Senti falta de como tomavámos banho juntos. Do vapor em nosso banheiro. E de como me surpreendia. De como me deixava sem folêgo. Senti saudades de como fazia loucuras para ouvir minha voz ao telefone. De como fazia loucuras para me ver. Senti saudades dos sussurros gélidos em meus ouvidos. Do seu toque delicado que envolvia o meu amor por você. Senti saudades de você. Só você. Por isso estou aqui novamente. Para aqui ficar. Para aqui lhe abraçar. Para aqui lhe beijar. E para sempre lhe amar."

Quero alguém que sorria e me ajude a entender aquilo que me entristece. Aquilo que me causa injúria. Que me deixa perdido. E como quero alguém que me faça reecontrar esse caminho. Que me estique o braço. E que me abrace. Quero alguém que ligue para mim e consiga transmitir emoção em pequenas palavras. Quero alguém que mereça receber flores de mim, declarações, palavras da minha boca, pois nada será em vão. Para que então lhe demonstre em atitudes, em ações, em beijos, em carinhos, aquilo pelo que sinto meu folêgo se esvair.

Quero alguém que me arranque do sofá em um dia de chuva sem me fazer entender por quê, me guie pela porta de casa e que me jogue na imensidão da água que recaí em meus braços. E que logo em seguida pule em minhas costas e assim permaneça por uma eternidade. Quero que assim passe me dizendo, me fazendo sentir o seu calor, enquanto aquela água que desaba nos refresca. Que desça dos meus braços e olhe profundamente em meus olhos, que toque meus rosto e indique os meus lábios, para assim intensamente lhe beijar. Para assim sentir a água escorrendo por nossos rostos que se esbarram, a água que lubrifica nossos lábios. Quero que assim fiquemos até o fim da chuva. Quero que assim você purifique meu amor. Quero que assim me excite. Quero assim me faça feliz. Que me benza com a água da chuva e com a pureza de seu amor.

Quero uma pessoa que goste de sujar os pés na areia de uma praia, que olhe para o horizonte e sinta o sentimento terno criado por tal paisagem. Quero uma pessoa que se banhe nas ondas do mar, que sinta o sufoco da falta de ar. Quero alguém que desenhe um coração na areia, coloque nossos nomes nele, eternamente, para que a maré o leve e o sempre traga, através da brisa quente das primaveras dos meses de outubro.

Quero alguém que compartilhe risadas, divida carinho, amor e pipocas assistindo Friends. Quero alguém que me cubra de beijos. Quero alguém que me ligue de madrugada porque sente saudades. Saudades de duas horas de separação. Quero alguém que aceite que a leve andar pelas ruas das luzes alaranjadas. Para que possamos falar de nossos medos, de nossos sonhos, de nossos desejos, de nossas aventuras. Quero alguém que sinta a vontade de sentar pela grama e olhar o crepúsculo. E assim observar por longo de horas o amanhecer. Para a chamada do verão. Quero alguém para perseguir pelos bosques de outono. Para que nunca fuja de mim novamente.

Quero uma pessoa que valorize tão pouco, pois assim a felicidade se tornará, a criação do conjunto de singelos feitos.

Simples feitos, como o Amor, tão grande e louco sentimento.

Não me importa o tempo. Não me importa como. Não me importa onde. Não me importa o por quê. Sempre esperarei por ela. Aquela que eu quero. Somente ela e mais nenhuma. Nada me fará afastar de tal sentimento. De tal vontade de viver algo tão terno, grande, gostoso e feliz. Pois do seu lado nada mais me importará. E tudo terá sentido.

Vida. Paixão. Amor.

Você será os três. Possuirá meu coração. E assim serei os três de você. Possuirei seu coração. Para assim contagiarmos a história de nossas vidas. Para que sejamos um. Para que sempre sejamos um. Assim, lhe estarei esperando. Assim, estarei escrevendo de como me amará. Assim, lhe buscarei. Pela imensidão e confusão de todos os desencontros pelos quais nos envoltamos. Sempre nos envoltando. E quando me achar. E quando lhe achar. E quando nos acharmos. Sentiremos a vontade de largarmos tudo o que temos pois esse amor era tudo com o que sonhavámos. Esse amor, essa vida, essa paixão. Não desisto dessa incessante busca. Por mais dolorosa que seja. Por mais dolorosa que se atreva mostrar. Pois eu lhe prometo. Nada será em vão quando estiveres do meu lado.

É o que eu quero. É o que sempre irei querer. Nada mais do que você.

Você. Seu Amor. Sua Paixão. Sua Vida.

8.12.12

Sem Você

Sem seus olhos meu caminho não teria uma direção concisa. São eles que esclarecem a neblina de um caminho tortuoso. Caminho de dúvidas e indecisões. Sem seus olhos não poderia me guiar até sua consciência, ter o prazer de penetrar em tua mente e indagar as expressões que afloram em suas pálpebras. Sem seu olhar não poderia ter a felicidade de me sentir encabulado com a forma que me observa, com a forma com que analisa meu corpo que pede a sua presença, com o jeito com que move suas sobrancelhas ao fazer entender os sentimentos que percebem-se. Sem seus olhos não poderia encontrar a realidade do amor em suas lágrimas de saudade. Sem seus olhos eu viveria perdido na escuridão devassa, assolado pelo mal da humanidade. Sem você e seu olhar não poderia viver.

Sem sua boca meus lábios sentiriam-se solitários. Sozinhos em meio ao vão do ar buscando a presença dela, o gosto dela. Sem a sua boca não poderia sentir a mordida provocante que suavemente pega meus lábios de maneira desprevenida. As tatuagens de nosso amor fervoroso de noites providas por sua boca inexistiriam. Sem sua boca longas horas de beijos nunca mais se encontrariam, única perante. A forma com que balança a sua boca é extasiante, a maneira com que remõe meus lábios maciamente, elaborando carinho e tesão. Sem você e sua boca não poderia viver.

Sem seu sorriso me faltaria tranquilidade. Aquela que encontro no brilho dos seus dentes. Sem seu sorriso a loucura me tomaria pois a beleza do mesmo demonstra paz e felicidade, de me encontrar em seu lado. Sem o sorriso que vejo ao acordar meu dia seria cinzento e nublado. Sem seu sorriso minhas piadas e trapalhadas não teriam mais sentido, pois é nele que se encontra a graça. Sem a beleza de seu sorriso não haveria razão para batalhar pelo dia incessantemente para ao final observá-lo apreciadamente em nossa cama. Sem a graça do seu sorriso não perderia momentos de sono olhando-o em meu travesseiro, conforme eu faço cócegas em seu corpo. Sem você e seu sorriso não poderia viver.

Sem seu cheiro não poderia mais me guiar pelo escuro procurando pelo teu aconchego. Sem seu cheiro eu perderia a sensação de prazer e tesão. Sem o aroma do seu corpo ao meu lado em nossa cama meus sonos não teriam a mesma paz. Sem o perfume de seus cabelos não entenderia o amor que exala em seus instintos. Sem você e seu cheiro não poderia viver.

Sem suas palavras não poderia obter respostas para as dúvidas que me afligem durante nossas longas madrugadas de conversas. Sem as palavras de sua boca não sentiria o tesão que me oferece ao pé do ouvido, as palavras sempre mais sexys. Sem suas palavras não poderia me dizer que me amas ao ínicio e ao fim dos dias ao seu lado. Sem você e suas palavras não poderia viver.

Sem seu corpo não encontraria mais o conforto que me oferece em seus abraços. Sem seu corpo não me divertiria mais procurando por seus pontos fracos. Sem o seu corpo não me entreteria mais desenhando com a ponta dos dedos em seu abdômen. Sem seu corpo minha boca não poderia mais sentir a maciez pura de sua pele. Sem seu corpo minhas mãos não poderiam trabalhar relaxando seus pés, suas pernas, seus joelhos, suas coxas, suas costas, seus seios. Sem seu corpo não encontraria razões para ter prazer mais. Sem seu corpo não obteria orgasmos orquestrais, aqueles que me elevam a níveis de sensação tão distinta e semelhante determinada por amor e tesão. Nunca mais atingiria o nirvana que você me proporciona. Sem seu corpo não haveria mais sentido para agarrar-lhe desprevenidamente e fazer uma surpresa. Sem seu corpo a graça de poder levar-lhe em meus braços a nossa cama deixaria de existir. Sem você e seu corpo não poderia viver.

Sem suas mãos não existiria graça em passear pelas praças iluminadas pelos luares cheios de vida. Sem suas mãos as madrugadas desencontradas pelas ruas alaranjadas perderiam a noção da direção. Sem suas mãos não poderia relaxar a minha consciência conforme passeia pelas estradas de meu corpo com seus dedos macios e ternos. Sem você e suas mãos não poderia viver.

Sem seus beijos não me renderia ao torpor da paixão que os mesmos sempre afloraram, a apaixonante sensação de sentir você dentro de mim. Sem você e seus beijos não poderia viver.

Sem você os dias nunca seriam os mesmos.

6.12.12

Felicidade


O que é ser feliz? 

Felicidade é um estado convergente de emoção e sentimento. Não existe uma só definição, são possibilidades infinitas que podem explicar uma sensação tão pura. As definições são pessoais. Todo mundo pode ser feliz. O que diferencia uma pessoa feliz de uma infeliz é simplesmente ter a compreensão e a habilidade inteligível de saber o que te faz bem. 

Ser feliz é um estado consciente de que as coisas têm sentido. Quando você enfrenta horas de trânsito, mas sabe que o destino é sempre um porto seguro. Quando você passa mais de dez horas trabalhando, entre doses enormes de cafeína e broncas do chefe que não tem mais o que fazer da vida a não ser despejar suas insatisfações em seus subordinados, e mesmo assim você, cansado e grogue, sai de lá com a sensação de dever cumprido. Todo dia, semana, mês, ano, sempre um desafio. 

Ser feliz é ver o rosto da pessoa amada em todo lugar que se vá e lembrar cada situação esdrúxula que vocês já passaram juntos ou que você queira passar junto dela. É sentir o aroma de algo que você não consegue identificar, mas que lembra o doce perfume que você sentiu quando a abraçou. É sentir a presença confortante e relaxante de alguém que está pensando em você mesmo há quilômetros de distância, seja ela física ou psicológica. Ser feliz é sair cantarolando, gesticulando e balbuciando pela calçada, vendo as pessoas te observando, imaginando que você esteja sofrendo um derrame, mas você não se preocupa. Ser feliz é retribuir sorrisos tímidos. Você sorri, eu sorrio, nós sorrimos, todos sorriem. Ser feliz é saber que mesmo no buraco vários braços se esticarão e não descansarão enquanto não o tirarem de lá. É ficar bêbado, dar show, e ter alguém pra contar isso para os seus netos. Sem detalhes pornográficos, por favor, vovô! Ser feliz é se apaixonar pela simplicidade. Palavras, atitudes, carinhos, beijos, abraços, e todo xingamento possível que seu melhor amigo conheça, porque no fundo nós sabemos que ele nos ama e não somos nenhum filho da puta. Ser feliz é ser altruísta, fazer o que quer quando se tem vontade, falar a merda que quiser, comer e beber o que se tem vontade. 

É fazer com que todos ao seu redor sintam-se bem por estar próximo a você. É se atirar contra tudo e todos em uma sensação, vontade e sentimento, por ter fé naquilo, mas consciente de que pode sangrar, de que pode ser dolorido, mas também sabendo que as feridas curam, as dores passam, e você fica mais forte, mais sorridente, mais bobo, besta e tonto. 

A receita para a felicidade é você quem faz, seja imprevisível.

3.12.12

Divertimento, Relacionamento

Namorar, atualmente, se tornou algo totalmente sem nexo. Eu sou quem menos deveria opinar sobre este assunto, sou um total forasteiro nessa área, a minha mãe é a única contente com a situação, já disse várias vezes que quer distância de noras. Embora acredite que seja brincadeira, no fundo ela quer o bem de seu primogênito e, isto é, que nenhuma baranga qualquer entre na família.

Maínha que despreocupe-se, encontrarei um bom partido, algum dia.

Mas afinal, por que namorar tornou-se algo sem nexo? Eu penso ser a dificuldade de encontrar pessoas interessantes, com o agravante, de que ter alguém não é o interesse majoritário. Há muitos outros interesses que ganharam, com os anos, importância muito maior que cultivar um relacionamento. Aqui podemos enumerar variadas situações: dinheiro, trabalho, estilo de vida, dinheiro, trabalho, falta de tempo, dinheiro, trabalho, falta de saco, dinheiro, trabalho, falta de paciência, dinheiro, trabalho... cansei. Continuamos esta lista em um outro post (só que não).

E existem as brilhantes mentes desse mundão, que namoram por interesse. Olha como o cenário se inverte. Aqui jazem os psico-patológicos, mantenha distância, ou faça como eu, divirta-se das trapalhadas que esse tipo de pessoa tende a se meter. Rir da desgraça alheia? Sim! Esse tipo de pessoa faz mais que por merecido.

É aí que entra a minoria. Como eu adoro a minoria, rapaz!

Há quem diga que namorar, se comprometer, e estar em um relacionamento, traz um agravante: abandonar a vida de solteiro. Mas peraí, abandonar a vida de solteiro? Ninguém quer abandonar a vida de solteiro. Muito menos eu! Que dirá você aí, que possivelmente está desconfiado que cherei cola desde o ínicio deste artigo.

Mas eu não cheirei, se vale de conforto.

Deixa-me pensar a melhor forma de abordar isso. Primeiro, não estou dizendo que sou adepto da poligamia, muito pelo contrário, as pessoas que me deram mais prazer na vida, seja ele sexual ou não, foram as que conseguiram intimidade intelectual, social e sexual, de mim, e eram recíprocas. É a melhor sensação do mundo. E segundo, me diga qual o seu objetivo de vida, porque o meu é me divertir o máximo de tempo que me seja possibilitado.


Ora, nada mais justo! Afinal, relação e diversão rimam, e se você ficou na dúvida, divertimento e relacionamento também rimam. Se é pra estar junto, é pra se divertir junto!

Viram! Afinal, eu não estou todo cheiradão de cola, meu argumento é muito mais que plausível, é totalmente excelente, já diria Paulo Bonfá!

Uma pessoa divertida é aquela que tem um montão de coisas em comum com você, da mesma forma que tem várias bizarrices que você não consegue entender. É o equilibrio. Estar com alguém é criar um vínculo valoroso que agregue as duas partes. Você vai ensinar coisas a ela, e ela lhe ensinará muitas coisas também.

Eu quero poder sair e encher a cara com meus amigos e não ter alguém ligando toda brava ao telefone, eu quero que ela vá encher a cara junto comigo. Alguém que me ligue e fale sussurrando no telefone "delícia imensurável da minha existência, cheddar do meu doritos, catchup das minhas batatas fritas, sorvete de creme do meu petit gateau, cereja do meu bolo, shoyu do meu sashimi..." OK OK viajei aqui, muita calma nessa hora. Voltemos. Alguém que me ligue e diga "em qual bar vamos beber essa noite?". Óbvio que cada um tem seus círculos de amizade, haverão situações que cada um tem de curtir a noite com seus amigos, isso é mais que natural e saudável, isso cria confiança e, olha só, a saudade! Sentir saudade, sentir falta, são sentimentos que nos mostram o quanto realmente gostamos de alguém.

Eu gosto de bagunça, de dar risada! Eu quero dançar sertanejo, totalmente desajeitado. Vai ter dia que vou me apoiar em você e terá de me colocar na cama pra dormir, e eu vou fazer o mesmo por você. Vamos dançar funk? Vamos ficar doce? Eu quero me divertir, não quero uma pessoa mimimi ou fresca que fique me medindo e medindo meus amigos, eu quero alguém que pule junto. Eu quero que ela do nada venha falar sobre a morte da bezerra pra eu ficar com cara de poste tentando entender o sentido da vida, até ela me dar um puta de um beijo e me deixar sem folêgo. Não quero ficar sozinho com ela em casa, papai e mamãe, eu quero lhe virar do avesso, lhe fazer cocégas a noite inteira, beijar seu corpo inteiro.

E ela vai pegar o controle do videogame e te desafiar, e no primeiro round você vai deixar ela ganhar. Você é um gentleman. Até se dar conta que está perdendo largado, e ela te provocando a noite inteira "Perdeu pra uma menina!!! SEM MORAL!!". Quero poder ao seu lado filosofar sobre a vida, falar um monte de abóboras sem qualquer sentido. E você balançando a cabeça como se eu fosse o filósofo da década, até não conseguir segurar o riso e gargalhar da minha cara, mas eu levo tanto as coisas a sério.

Pessoas divertidas são difíceis de achar. E quando você procura tantas outras qualidades juntas, esse número torna-se ínfimo, pra tristeza da galere.

Mas elas existem, eu te garanto!

1.12.12

#2 Something

#2 Songs To Make Love To

Celebrar nostalgia com amor, e que música mais clássica que a faixa composta por George Harrison para atender isto. Something é doce, é inocente, é a ilusão do cara apaixonado com os acordes melódicos prazerosos da guitarra de George.

São versos de ingenuidade do amor e da vontade urgente de culmina-lo com a amada. A versão do musical Across The Universe, retrata a música de forma ainda mais bela.


30.11.12

Tão De Repente

Em um instante, não mais que em um instante você percebe que a vida não é mais a mesma. Em um piscar de olhos, tão surpreendemente em um piscar de olhos, uma grande e nada sutil mudança põe tua mente pelos ares.

De repente você percebe que não importa quantas bocas beije. Você percebe que não importa. Isso realmente nunca importará. Você percebe que somente quando ela modelar junto de você o beijo de vocês, sentirá prazer... pela primeira vez.

De repente você percebe que não importa quantas noites, com tantas mulheres. Você sabe que isso nunca importou. Saberá que somente com ela, as noites não terão fim. Somente com ela você sentirá tesão... pela primeira vez.

De repente você percebe que o embriagável só terá sentido quando brindam-se taças de vinho com ela. E somente embriagar-se-á de paixão com ela... pela primeira vez.

De repente você tem certeza, sentado em uma mesa, ao lado de amigos, aos berros, você tem certeza, ao ver o telefone, que é somente dela a ligação que espera receber. Você sentirá saudades... pela primeira vez.

De repente, não mais que de repente, você percebe que ela tem razão, ela sempre teve. Você percebe o quanto é um babaca, e quer seu perdão. Você saberá o que é a dor da angústia... pela primeira vez.

E de repente, depois de tantos meses, você percebe que ter enchido o coração de coragem (e alcool) e ter ido falar com ela valeu a pena, aquela guria doida e toda desencanada da vida. Mesmo achando que era muita areia pro seu caminhão. E não mais que de repente, nada mais importa. Pois é do lado dela que quer estar, sempre. Você sentirá amor... pela primeira vez.

E tão de repente, sentado em um banco de praça, vendo ela com o teu pequeno, você percebe o que realmente importou, importa, e sempre importará.

Tudo isso, todos esses pensamentos o tomarão. Tão de repente percebe o que realmente importa, para sua felicidade. O mais simples. Você percebe que seu coração só acalmará quando uma pessoa se importar. Quando ela se importar em te ligar três horas da manhã, te acordar, para ouvir sua voz. E você não se resignar em fazê-lo.

28.11.12

O Rock N Roll Não Está Morto

Dizer que o Rock N Roll morreu parece ser uma máxima atualmente. Até grandes artistas entregaram-se ao típico comentário esdrúxulo, embora façam parte do comentado gênero musical (o que, para mim, soa muito bisonho). Foi o que Slash disse uma vez. Exatamente. Um dos maiores guitarristas de todos os tempos, listado, inclusive, pela Rolling Stone, teve a audácia de tecer tal comentário. Audaz, foi, porque lhes digo, ele ainda faz música. Não estaria, ele, sabotando seu próprio trabalho? É pra se pensar. Seus trabalhos solos são bons, o passado Guns foi excepcional, o atual Velvet Revolver era um dos focos do Hard Rock, até o rompimento com Scott Weiland.

Dizer que o Rock morreu, é ser saudoso, é ser nostálgico. Mas é também ter o comodismo de achar que tudo de bom ficou no passado. Compare seu celular Nokia indestrutível de 8 ou 9 anos atrás com o smartphone incrível que tem em suas mãos, ele só não vira um Autobot que eu tô ligado.

Os atuais “20 e poucos anos”, me incluo, também tecem o típico comentário. Apesar de todos nós termos perdido a época áurea do Rock N Roll. Contamos do surgimento, nos anos 50, até meados dos anos 90. Quem diz que começou a apreciar música de verdade antes da puberdade é um puta mentiroso. Alguém venha aqui me contrariar. Sem ter o medo de verdadeiramente me dizer o famigerado som que ouvia antes dos 13, 14 anos.

Você, como eu, começou a fantástica jornada de conhecimento “rockiano” escutando coisas velhas, músicas mais velhas que você. E eu tenho certeza disso. Meu pai e meu padrinho de batismo foram autênticos rock n rollers. Tinham dezenas de vinis e cabeleiras de se ter inveja. E a primeira banda que me vem à mente, quando lembro-me de seu gosto musical, é Pink Floyd. Passei minha infância ouvindo esse trem. E também de muito sertanejo corno, vide Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo e similares. Por curiosidade (GRAÇAS AOS CÉUS DIVINOS) eu comecei a buscar rádios que transmitiam Pink Floyd. Foi aí que conheci o Baú da Mix e a faixa clássica da 89 Rádio Rock. Coisas que, hoje em dia, somente a Kiss FM toca em São Paulo. Conheci bandas como Simple Minds, The Who, Jimmy Hendrix, Eric Clapton, Nirvana, Led Zeppelin, Deep Purple, U2, The Cure, The Smiths, Black Sabbath, Yes, pra citar algumas e não ficar uma coisa absurdamente extensa.

Estou começando a me desprender dessa realidade em que o Rock N Roll morreu. O Rock nunca morreu. Rock nunca foi mainstream. Partimos da ideia de que o Rock surgiu como um movimento underground e rebelde, de adolescentes querendo destruir a visão certinha que a sociedade tinha das coisas nas décadas de 60 e 70. Para os pais daquela época, o Rock N Roll era abominável. Alguém aí já assistiu “Detroit Rock City”? É um ótimo exemplo. Se não, assista. Afinal de contas, O ROCK NÃO É POP.

O bom e gostoso Rock N Roll está mais vivo do que nunca. Você só tem de procurar arduamente por novas sensações. Em épocas sem internet, as pessoas se correspondiam mandando fitas k7 com gravações de bandas tocando em pequenos clubes espalhados pelo mundo. Foi assim que o Big Four chegou onde está! Quem é o Big Four? Porra, você está desinformado hein? Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax. 

Você tem centenas de bytes disponíveis na sua tela aí sem precisar se corresponder com ninguém por coisas tão antiquadas quanto envelopes e tá reclamando do quê?

Ouvir Black Rebel Motorcycle Club me motivou a escrever isso. Baby 81, de 2007, é um dos melhores álbuns de Rock N Roll que eu já ouvi na vida. Ouvir esses caras foi a coisa mais fortuita que me ocorreu. Eu achei no perfil de uma amiga no Last.fm, a banda Bombay Bicycle Club e devo ter baixado BRMC por puro engano. Um ótimo engano. Ninguém nunca tinha me falado de BRMC, e me parece que ninguém no meu círculo de amizades realmente os ouve. Sei que um ou outro já comentou, e eles vieram no SWU de 2011. Quem esteve lá, viu e ouviu coisa boa.

Fato é que o Rock nunca morrerá. Não se prenda no passado. Talentos passaram, talentos vivem e talentos existirão. Sempre haverá alguém querendo fazer algo diferente de tudo que já existiu, inspirado pelos motherfuckers do passado e/ou atuais.

Para de ser tão resignado e vá pedir fitas k7s por aí!


27.11.12

Inconsequente

Esse ato altruísta de dizer que ama, de se jogar do precípicio sabendo que a dor da queda é inimaginável, e mesmo assim se deixar levar pelos desejos apaixonados que se encontram nos olhos do apaixonado e de seu objeto de amor.

A reciprocidade se engana quando a paixão cega a mente e mantém o sangue efervescente. Não existe. O abraço retornável é um simples modo de dizer que apesar dos sentimentos, tudo ficará bem. As adversidades sempre existiram, parece que não há momento para esse grande amor.

Foram tantos anos esperando a sensação exata, e até hoje se pergunta se era aquele o momento. Mas que seja! Não ficarás mais angustiado, como há nunca, tomou a posição que um verdadeiro homem enamorado tem de tomar, prostou-se iludido e mesmo sabendo disto, sentiu-se tão bem.

Os beijos, sempre houveram. E com o tempo aquele conjunto parecia cada vez melhor entender-se. Como uma banda de rock n roll que começa jovem e esganada, e que aos poucos torna-se grande e os talentos de cada integrante destacam-se. E assim como uma grande banda que enfrenta hiatos, nossos lábios nunca estiveram sempre juntos. Creio que eles sintam mais saudades que nós dois. Mas quem sou para me enganar, eu sinto falta da sua pouca noção do inconsequente.

E que continue sempre assim, se não comigo, com alguém que lhe permitirá sentir o amor que tanto merece. Eu não consigo imaginar ficar sem seus sorrisos, sem aquele abraço gostoso, sem sua risada insana e suas piadas infames. Inclusive, seu senso crítico é sensacional. É um absurdo como me escracho quando retrata as situações vividas. A sua voz é... ... é aí que eu me perco olhando para você. E você, apesar de ser toda pomposa, fica toda envergonhada, e eu nunca entendi isso. Como causo constrangimento em alguém tão cheia de si? Estaí a questão filosofal das pedras intergalácticas espaciais originadas pelo sentido da vida encontrado no vão da via lactéa que, apesar do nome, não tem qualquer referência aos leites e iogurtes. Pois é, fico prolixo quando estou constrangido e me vem coisas á mente e tantas bobagens, também fico inquieto.

Fico inquieto toda última vez que nos encontramos, porque com você parece ser sempre uma última vez. De certa forma isso me fez aproveitar melhor as últimas vezes ao seu lado, eu sabia que apesar de dizer que gostava de mim, eu não... eu nunca saberia quando nos veríamos novamente. Isso não é triste, isso é chato pra caralho!

A gente funciona tão bem junto, ou estava eu confuso. E por mais que você diga que eu tento mudar meu comportamento ao seu lado, engana-se. Eu fico sem reação, é assim que me deixas. Eu não tenho a mínima ideia do que fazer, do que falar, se pular, se gritar, se falar merda, se virar um triplo carpado duplo.

E o que dizer dos copos de cerveja.  Falta mulher no mundo companheira de boteco. E ela sabe como eu gosto de uma cerveja, das mais variadas, sou praticamente um estudioso da arte alcoolatra do boteco boêmio. E ela pediu pra colocar mais pra gelar sem eu sequer piscar. É muito amor. É telepatia!

Me provoca como ninguém. É incrível a sua falta de senso comum quando o assunto é a cama, diz que sim mas diz que não. Quer mas não faz, diz que vamos e já fomos, só que ficamos. Travamos, passamos, ali, aqui, em cima e embaixo. E fica sempre no meio do caminho. Culpa minha, culpa sua. Mas a gente se provoca bem, eu sei que sim. E eu prefiro nem imaginar esse tipo de coisa, não é premeditável, é tudo tão natural, esse desejo louco de querermos nos enrolar em uma coberta quentinha e suspirarmos durante o resto da madrugada fria depois de algumas garrafas de cerveja. Imagino quando será, será intenso, e será completo, mas só imagino, não quero ficar passando vontade, você me deixou louco. Fim. Paremos este assunto por aqui.

E eu nunca tinha chorado por ninguém da forma que chorei por você. Inclusive, é até estranho imaginar que escorreram lágrimas do meu rosto, pois nos últimos anos eu fui tomado por uma indiferença sem tamanho. E você foi a única que chutou o balde e me deu o tapa na cara que eu precisava, pra entender tudo isso, e agir como você merecia. E estou aqui apesar das lágrimas e do meu coração costurado. Não, não partiu meu coração. É que eu quero mais, eu quero muito mais. Eu finjo me enganar não saber porque me senti assim, mas quando nossas lágrimas se tocaram, não tive dúvidas. Você conseguiu atingir-me profundamente. Liguei o carro, olhei para o vão, minha visão turvada, e os rios enxaguaram o volante. 

E não quero imaginar mais nada, pois a única coisa que quero é estar ao seu lado. O resto ajeitamos na hora, é tudo tão natural, acontece sem escolhermos. Então venha para mim, sem medo, e te farei bem, e te acolherei, você terá sempre aquele abraço de urso, os beijos contínuos de luares cheios e a sensação de que em quatro paredes tudo é possível com nosso amor.

Se cuida.