19.12.12

O Jogo

Como dito no filme "Moulin Rouge", um dos musicais românticos mais celebrados e maravilhosos dos últimos tempos, "Love is just a game".

Sim, o amor é um jogo. Não digo que seja "apenas" jogo. Envolve certamente outras coisas, mas o espírito é de um jogo de sorte e azar, definitivamente. Você tem que saber jogar, você tem que saber a hora de perder e ganhar. Como um bom jogador de xadrez tem que saber perder peças para que possa triunfar a seguir.

Por que o amor é um jogo?

Essa talvez seja a pergunta que se caracteriza. É claro, muitos podem não concordam com o que falo, provavelmente por faltar de intelecto, ou por misantropia. A questão é que eu sempre fui inocente e ingênuo, e sim, mantenho minhas raízes, eu sou um eterno romântico bobo e apaixonado. Mas a evolução é necessária, dado o ambiente em que se vive. Um ambiente repleto de falsidade e sorrisos questionáveis. E aprendi que viver assim não é tão ruim. Sinto falta de um abraço acalorado, de um beijo longo com alguém que se ama, mas isso deve se esperar com alguém realmente fantástico, enquanto isso jogamos, enquanto isso fingimos paixões de noites de sextas-feiras, enquanto isso vivemos amores de fins de semanas.

E isso não é promíscuo, é viver. É curtir e conhecer pessoas novas. Lugares novos. Não ter medo, e se tiver, enfrentá-lo. É CORRER RISCOS!

Ser feliz compete somente as pessoas que correm riscos. Que vivem no limite, que odeiam rotinas. Que gostam de sorrir. Que gostam de chorar. Pessoas que se sintam desanimadas, cabisbaixas, que se abatem, mas que fazem de tudo para que as coisas sejam diferentes, melhores. Ser feliz compete àqueles com ideais, com propostas. Pessoas com princípios, que os defenda. Que não abaixe a cabeça perante dificuldades e situações inusitadas. Pessoas que erram, e aprendem com seus erros. Que aprendem a jogar!

Ser feliz compete àqueles que também aceitam a derrota. Aceitam o louvor da vitória de seu oponente. Mas que luta para que possa sempre se superar. Para que não cometa os erros que o fez desqualificar perante ao outro. Isso é ser feliz, isso é saber jogar.

Enfim, isso que se passou soou como um trecho de livro de auto-ajuda. Mas eu sempre quis explorar isso. Dizer isso. Para que minha idéia seja semeada. Eu fugi do assunto. Retornemos.

O tal do jogo. Saber como jogar vai de cada um. É desnecessário explanar, não há exatamente regras descritas em algum lugar, quem as faz são os próprios jogadores. No momento mesmo. O jogador deve saber se impor, e também deve saber as horas de se manter misterioso.

A dificuldade de se encontrar a vitória nesse jogo contrasta com o seu objetivo. Que englobam metas. Mas saiba que agir assim não é de todo mal. Acredite, eu gostaria que as coisas fossem mais simples, mas as pessoas não facilitam. Otários existem em todo lugar é verdade, e de todo gênero.

A vitória é dada ao jogador que souber identificar aquela pessoa que está sendo realmente honesta, sincera, carinhosa. Esse é o maior dos desafios. E também saber identificar a hora certa de criar vínculos e compromissos.

O amor não acontece de uma hora para outra. Se apaixonar pela primeira vista é compreensível, mas ser rídiculo e espalhar por aí que se ama ao segundo que se beija é patético. Por isso deve-se saber separar bem algumas coisas. Para mim ambos devem andar juntos. E ambos surgem em momentos diferentes. Saber conciliá-los e mantê-los é a chave para o amor verdadeiro e a felicidade amorosa.

Na minha mente inocente as pessoas poderiam muito bem parar com isso e serem sinceras. Mas sei que isso não é realmente da natureza de ninguém, que isso ocorre como um mecanismo de defesa, para que essas pessoas especiais possam se encontrar. Para que essas pessoas se identifiquem e sejam felizes e passionais.

Afinal, um sentimento tão belo é esse descrito por Caio Fernando Abreu: "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra." E isso é verdadeiro. Já senti isso, mais de uma vez. E pude sentir algo maravilhoso mesmo que por pouco tempo. Pessoas também maravilhosas que por circunstâncias de vida, tempo e distância perderam-se.

Você deve guardar essas lembranças e seguir em frente. Pois elas sempre estarão com você e com a outra pessoa, aonde quer que esteja. O que quer que faça, nada irá apagar. Esse é o sentimento mais puro em um ser, saber guardar em seu coração o que foi verdadeiro e sincero. Guardar o que foi bom. Mesmo não sendo possível algo maior, um vínculo, um compromisso. Mesmo que separado por conflitos. Separar o bom do mau, não se enganar, claro. Mas admitir bons momentos.

Decepções todos temos. Mas é por isso que existe o jogo do amor, para nos prevenirmos delas, e sabermos com o que lidamos.

O divertido e engraçado, também prazeroso e confuso, jogo do amor.