Dizer que o Rock morreu, é ser saudoso, é ser nostálgico. Mas
é também ter o comodismo de achar que tudo de bom ficou no passado. Compare seu
celular Nokia indestrutível de 8 ou 9 anos atrás com o smartphone incrível que
tem em suas mãos, ele só não vira um Autobot que eu tô ligado.
Os atuais “20 e poucos anos”, me incluo, também tecem o
típico comentário. Apesar de todos nós termos perdido a época áurea do Rock N
Roll. Contamos do surgimento, nos anos 50, até meados dos anos 90. Quem diz que
começou a apreciar música de verdade antes da puberdade é um puta mentiroso.
Alguém venha aqui me contrariar. Sem ter o medo de verdadeiramente me dizer o
famigerado som que ouvia antes dos 13, 14 anos.
Você, como eu, começou a fantástica jornada de conhecimento
“rockiano” escutando coisas velhas, músicas mais velhas que você. E eu tenho certeza
disso. Meu pai e meu padrinho de batismo foram autênticos rock n rollers.
Tinham dezenas de vinis e cabeleiras de se ter inveja. E a primeira banda que
me vem à mente, quando lembro-me de seu gosto musical, é Pink Floyd. Passei
minha infância ouvindo esse trem. E também de muito sertanejo corno, vide
Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo e similares. Por curiosidade (GRAÇAS
AOS CÉUS DIVINOS) eu comecei a buscar rádios que transmitiam Pink Floyd. Foi aí
que conheci o Baú da Mix e a faixa clássica da 89 Rádio Rock. Coisas que, hoje
em dia, somente a Kiss FM toca em São Paulo. Conheci bandas como Simple Minds,
The Who, Jimmy Hendrix, Eric Clapton, Nirvana, Led Zeppelin, Deep Purple, U2,
The Cure, The Smiths, Black Sabbath, Yes, pra citar algumas e não ficar uma
coisa absurdamente extensa.
Estou começando a me desprender dessa realidade em que o
Rock N Roll morreu. O Rock nunca morreu. Rock nunca foi mainstream. Partimos da
ideia de que o Rock surgiu como um movimento underground e rebelde, de
adolescentes querendo destruir a visão certinha que a sociedade tinha das
coisas nas décadas de 60 e 70. Para os pais daquela época, o Rock N Roll era
abominável. Alguém aí já assistiu “Detroit Rock City”? É um ótimo exemplo. Se
não, assista. Afinal de contas, O ROCK NÃO É POP.
O bom e gostoso Rock N Roll está mais vivo do que nunca.
Você só tem de procurar arduamente por novas sensações. Em épocas sem internet,
as pessoas se correspondiam mandando fitas k7 com gravações de bandas tocando
em pequenos clubes espalhados pelo mundo. Foi assim que o Big Four chegou onde
está! Quem é o Big Four? Porra, você está desinformado hein? Metallica, Slayer,
Megadeth e Anthrax.
Você tem centenas de bytes disponíveis na sua tela aí sem
precisar se corresponder com ninguém por coisas tão antiquadas quanto envelopes
e tá reclamando do quê?
Ouvir Black Rebel Motorcycle Club me motivou a escrever
isso. Baby 81, de 2007, é um dos melhores álbuns de Rock N Roll que eu já ouvi
na vida. Ouvir esses caras foi a coisa mais fortuita que me ocorreu. Eu achei
no perfil de uma amiga no Last.fm, a banda Bombay Bicycle Club e devo ter
baixado BRMC por puro engano. Um ótimo engano. Ninguém nunca tinha me falado de
BRMC, e me parece que ninguém no meu círculo de amizades realmente os ouve. Sei
que um ou outro já comentou, e eles vieram no SWU de 2011. Quem esteve lá, viu
e ouviu coisa boa.
Fato é que o Rock nunca morrerá. Não se prenda no passado.
Talentos passaram, talentos vivem e talentos existirão. Sempre haverá alguém
querendo fazer algo diferente de tudo que já existiu, inspirado pelos
motherfuckers do passado e/ou atuais.
Para de ser tão resignado e vá pedir fitas k7s por aí!