19.12.12

O Jogo

Como dito no filme "Moulin Rouge", um dos musicais românticos mais celebrados e maravilhosos dos últimos tempos, "Love is just a game".

Sim, o amor é um jogo. Não digo que seja "apenas" jogo. Envolve certamente outras coisas, mas o espírito é de um jogo de sorte e azar, definitivamente. Você tem que saber jogar, você tem que saber a hora de perder e ganhar. Como um bom jogador de xadrez tem que saber perder peças para que possa triunfar a seguir.

Por que o amor é um jogo?

Essa talvez seja a pergunta que se caracteriza. É claro, muitos podem não concordam com o que falo, provavelmente por faltar de intelecto, ou por misantropia. A questão é que eu sempre fui inocente e ingênuo, e sim, mantenho minhas raízes, eu sou um eterno romântico bobo e apaixonado. Mas a evolução é necessária, dado o ambiente em que se vive. Um ambiente repleto de falsidade e sorrisos questionáveis. E aprendi que viver assim não é tão ruim. Sinto falta de um abraço acalorado, de um beijo longo com alguém que se ama, mas isso deve se esperar com alguém realmente fantástico, enquanto isso jogamos, enquanto isso fingimos paixões de noites de sextas-feiras, enquanto isso vivemos amores de fins de semanas.

E isso não é promíscuo, é viver. É curtir e conhecer pessoas novas. Lugares novos. Não ter medo, e se tiver, enfrentá-lo. É CORRER RISCOS!

Ser feliz compete somente as pessoas que correm riscos. Que vivem no limite, que odeiam rotinas. Que gostam de sorrir. Que gostam de chorar. Pessoas que se sintam desanimadas, cabisbaixas, que se abatem, mas que fazem de tudo para que as coisas sejam diferentes, melhores. Ser feliz compete àqueles com ideais, com propostas. Pessoas com princípios, que os defenda. Que não abaixe a cabeça perante dificuldades e situações inusitadas. Pessoas que erram, e aprendem com seus erros. Que aprendem a jogar!

Ser feliz compete àqueles que também aceitam a derrota. Aceitam o louvor da vitória de seu oponente. Mas que luta para que possa sempre se superar. Para que não cometa os erros que o fez desqualificar perante ao outro. Isso é ser feliz, isso é saber jogar.

Enfim, isso que se passou soou como um trecho de livro de auto-ajuda. Mas eu sempre quis explorar isso. Dizer isso. Para que minha idéia seja semeada. Eu fugi do assunto. Retornemos.

O tal do jogo. Saber como jogar vai de cada um. É desnecessário explanar, não há exatamente regras descritas em algum lugar, quem as faz são os próprios jogadores. No momento mesmo. O jogador deve saber se impor, e também deve saber as horas de se manter misterioso.

A dificuldade de se encontrar a vitória nesse jogo contrasta com o seu objetivo. Que englobam metas. Mas saiba que agir assim não é de todo mal. Acredite, eu gostaria que as coisas fossem mais simples, mas as pessoas não facilitam. Otários existem em todo lugar é verdade, e de todo gênero.

A vitória é dada ao jogador que souber identificar aquela pessoa que está sendo realmente honesta, sincera, carinhosa. Esse é o maior dos desafios. E também saber identificar a hora certa de criar vínculos e compromissos.

O amor não acontece de uma hora para outra. Se apaixonar pela primeira vista é compreensível, mas ser rídiculo e espalhar por aí que se ama ao segundo que se beija é patético. Por isso deve-se saber separar bem algumas coisas. Para mim ambos devem andar juntos. E ambos surgem em momentos diferentes. Saber conciliá-los e mantê-los é a chave para o amor verdadeiro e a felicidade amorosa.

Na minha mente inocente as pessoas poderiam muito bem parar com isso e serem sinceras. Mas sei que isso não é realmente da natureza de ninguém, que isso ocorre como um mecanismo de defesa, para que essas pessoas especiais possam se encontrar. Para que essas pessoas se identifiquem e sejam felizes e passionais.

Afinal, um sentimento tão belo é esse descrito por Caio Fernando Abreu: "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra." E isso é verdadeiro. Já senti isso, mais de uma vez. E pude sentir algo maravilhoso mesmo que por pouco tempo. Pessoas também maravilhosas que por circunstâncias de vida, tempo e distância perderam-se.

Você deve guardar essas lembranças e seguir em frente. Pois elas sempre estarão com você e com a outra pessoa, aonde quer que esteja. O que quer que faça, nada irá apagar. Esse é o sentimento mais puro em um ser, saber guardar em seu coração o que foi verdadeiro e sincero. Guardar o que foi bom. Mesmo não sendo possível algo maior, um vínculo, um compromisso. Mesmo que separado por conflitos. Separar o bom do mau, não se enganar, claro. Mas admitir bons momentos.

Decepções todos temos. Mas é por isso que existe o jogo do amor, para nos prevenirmos delas, e sabermos com o que lidamos.

O divertido e engraçado, também prazeroso e confuso, jogo do amor.

16.12.12

Prepara-te Soldado

Prepara-te soldado, a batalha estás a frente
Equipa tuas mãos de compaixão
Pois teus inimigos não desistirão
De possuir-lhe com o indecente

Soldado, levanta-te, aponte tua arma
Teu objetivo jaz ao longo do campo
Espera-te escondida a mais linda alma
E o perigo, amigo, tentará mantê-lo do encanto

As mais mesquinhas estratégias adotarão
Mas, soldado, tua pureza os liquidarão
Mantenha-te inocente, mantenha-te ingênuo
Superará os adversários somente com teu gênio

Avançará sobre a fortaleza, onde jaz teu objetivo
Para alcançá-la deve cruzar a ponte de olhos vendados
Não tema, o fervor de teu coração mostrará o sentido
Pois se não ousar, os desejos serão quebrados

Mantenha-te puro até o final, guerreiro
As batalhas você mostrou ter vencido
Mas a guerra não terminaste, companheiro

Mostrarás à mais bela alma,
Deves mostrá-la, o caminho de volta
Guie-a com tuas mãos sobre a impura rota

Pois a vitória à guerra,
Soldado,
É o sabor do ensejo
Demonstre, à mais bela alma, o teu trejeito
Pois a guerra acabará apenas com um beijo
Liquidar-se-á com o afeto do teu amor de desejo

13.12.12

Eu Quero


Quero uma pessoa que ao tomar banho, se maravilhe com o tato da água em seu corpo, veja como o vapor se condensa e se espalha pelo comodo. Quero uma pessoa que levante a cabeça e deixe a água bater em seu rosto, que sinta a perfeição de tal singelo ato. Que sente no piso e deixe a água escorrer por todo o seu corpo enquanto seus maiores e mais belos sentimentos e pensamentos tomam conta de sua mente. Que sinta a dor do passado, que a viva intensamente o presente e que sorria com o vislumbre do futuro.

Eu quero uma pessoa que olhe para o céu limpo da noite e iluminado pelas estrelas, que veja a paz e a felicidade que tão pouco lhe traz. Quero uma pessoa que veja a luz brilhante desses orgãos e que se alegre por perceber como tudo pode ser perfeito, lindo, bonito e simples. Quero alguém que suba comigo no telhado de casa, segure minha mão e deite-se, fixando seu olhar em meus olhos, me dizendo o quão especial tudo pode ser, ainda mais, cada vez mais. Pegando sua mão e levantando de leve meu cabelo, encostando então vagarosamente em minha bochecha, utilizando as pontas dos dedos e me criando o arrepio tão necessário a paixão. Quero que me diga te amo, quero que me faça lacrimejar, quero que sinta a brisa da noite, fria, que faz você se aproximar de mim, para que perto eu possa cercar-lhe e fazer-lhe minha, novamente. Pego meus dedos, desço minha mão por teu cabelo, retiro-o dos seus olhos, vejo-lhe sentir a emoção do nosso amor que se consome, por assim me contagio, desço minha mãos por sua nuca, e então lhe beijo os lábios. Confirmando assim o grande amor que sinto e que quero descobrir. Que queremos descobrir.

Eu quero passar um dia inteiro na cama, pois sei que estará do meu lado para dar carinho. Para assim que acordar mostrar de alguma forma carinhosa, com aquele jeitinho só seu, cativante, que consegue me contagiar, quando quer fazer amor comigo, quando quer me beijar. Quero alguém que aceite que leve o café da manhã a sua cama. Quero um amor que sempre esteja presente. Quero alguém que corra por mim pelo aeroporto. Que queira me encontrar o quanto antes. Que faça loucuras para não me perder. Quero uma pessoa que sente em meu colo e se apaixone com minhas palavras doces em seu ouvido, que se deixe contagiar com minhas mãos carinhosas envolta do seu rosto. Quero alguém que aceite se apaixonar em uma via movimentada de pessoas, que não se importe de correr e pular em meus braços. Que não se importe de me beslicar na frente de vários estranhos.

Quero alguém que me receba na porta da sua casa, que respeite meus sentimentos. Que olhe no fundo dos meus olhos e veja o quão profundo esse sentimento se torna. Quando as lágrimas tomam o controle. Quero uma garota que nunca desista de um grande amor. De um amor de anos. De um amor realmente verdadeiro. Quero que ela sempre tente fazer por onde para que demonstre seu afeto, sua paixão e sua vontade para com seu amado. Quero uma garota que me atraía fisicamente, que una delicadeza com sutileza. Que saiba me conquistar de corpo e alma.

Quero uma mulher, uma garota, uma menina, uma criança. Quero que ela me faça rir. Quero que ela rie de minhas esdruxúlas piadas como se alguma fizesse sentido. Quero ir com você à sorveteria em um dia de verão, em um dia de risadas e calor, um dia de amor e compartilhamento, um dia de braços dados e mãos atadas. Uma caminhada pelo centro. E um sorriso a localizar, aquele seu, o mais belo. Quero que pegue o sorvete e enfie em minha cara, inusitadamente. Para que com sua boca me beije açucaradamente, e ate então sua língua a minha com o gelado torpor do sabor de chocolate. A cobertura do amor que tanto busquei. Sabor morango certamente.

Sou aquele que está em uma praça. À sua espera. Imaginando quando irei poder rever seu rosto. Aquele mais bonito. Poder conversar com seus olhos, aqueles que me dirão quanta saudade sentiu enquanto viveu tantos dias longe de mim. Quero que saía da sua boca nada mais que nossos calorosos beijos juntos. Os quais só nós dois sabemos. Os quais somente ambos conhecem os passos a serem consolidados pelos lábios de cada um. Como um labirinto cada vez mais intrigante e complicado de ser desvendado, como um mistério cada vez mais longo e enlouquecedor. E então espero por você mais uma tarde.

E um susto a tomar. Meu coração você faz disparar. Você vagarosamente espreita pela surdina e me abraça carinhosamente. O abraço tão caloroso que me faz perder a sensação do verão interno e me arrepia congeladamente por todos os caminhos que minhas veias seguem até meu coração. Você me abraça, cruza seus braços em meu peito. E me diz algumas palavras. Aquelas que por tanto tempo esperei ouvir.

"Eu fiquei com saudade da sua boca, do seu jeito bobo e idiota de me fazer feliz. Senti saudade das suas piadas sem sentido. Senti saudade do nosso cobertor. Das suas lágrimas ao me ver partir. Das suas lágrimas ao dizer que amás a mim. Do seu abraço, aquele que consegue congelar o meu coração e todo o meu abdomên toda vez que lhe seguro. Eu senti saudade do seu rosto amanhecido do meu lado. Como és tão bonito ao reflexo do sol que entra pela nossa janela. Boca que por mais que o bafo matinal atrapalhe, não hei de evitar. Eu senti saudade das nossas loucas noites de amor, aquelas noites chuvosas nas quais seu corpo contaminava o meu com paixão e tesão. As noites em que me levava uma pequena rosa para me lembrar de nosso primeiro encontro. Eu sentia o vazio me contaminar toda vez que olhava aquele ursinho de pelúcia em minha poltrona, aquele que me destes em um dia tão especial. Eu senti saudade da força dos teus braços, e como me carregava até nossa cama. Como me pegava desprevenida na rua e me girava até ficar zonza e assim roubava-me vários beijos. Como me contagiava com os mais belos poemas por você escritos, por mim recebidos. Tenho saudade de como provocava-me na ponta da escrivaninha, de como me pedia para abandonar o trabalho para começar a lhe beijar loucamente. Tenho saudades das nossas longas conversas que atravessavam madrugadas, que atravessavam dias e noites. Tenho saudades dessas conversas que sempre nos amadureciam, interna e externamente. Tenho saudades de nossas brigas, porque jamais conseguíamos nos separar, e sempre pedíamos desculpas um pelo outro. Tenho saudades do orgulho que me dava por ser quem é. Senti saudade da sua presença. Senti saudades da sua cabeça encostada em meu ombro. Do seu cabelo amaciar, para assim lhe dar carinho. Do seu cabelo tão liso para lhe acariciar. Do seu cabelo tão cheiroso. Senti falta de como tomavámos banho juntos. Do vapor em nosso banheiro. E de como me surpreendia. De como me deixava sem folêgo. Senti saudades de como fazia loucuras para ouvir minha voz ao telefone. De como fazia loucuras para me ver. Senti saudades dos sussurros gélidos em meus ouvidos. Do seu toque delicado que envolvia o meu amor por você. Senti saudades de você. Só você. Por isso estou aqui novamente. Para aqui ficar. Para aqui lhe abraçar. Para aqui lhe beijar. E para sempre lhe amar."

Quero alguém que sorria e me ajude a entender aquilo que me entristece. Aquilo que me causa injúria. Que me deixa perdido. E como quero alguém que me faça reecontrar esse caminho. Que me estique o braço. E que me abrace. Quero alguém que ligue para mim e consiga transmitir emoção em pequenas palavras. Quero alguém que mereça receber flores de mim, declarações, palavras da minha boca, pois nada será em vão. Para que então lhe demonstre em atitudes, em ações, em beijos, em carinhos, aquilo pelo que sinto meu folêgo se esvair.

Quero alguém que me arranque do sofá em um dia de chuva sem me fazer entender por quê, me guie pela porta de casa e que me jogue na imensidão da água que recaí em meus braços. E que logo em seguida pule em minhas costas e assim permaneça por uma eternidade. Quero que assim passe me dizendo, me fazendo sentir o seu calor, enquanto aquela água que desaba nos refresca. Que desça dos meus braços e olhe profundamente em meus olhos, que toque meus rosto e indique os meus lábios, para assim intensamente lhe beijar. Para assim sentir a água escorrendo por nossos rostos que se esbarram, a água que lubrifica nossos lábios. Quero que assim fiquemos até o fim da chuva. Quero que assim você purifique meu amor. Quero que assim me excite. Quero assim me faça feliz. Que me benza com a água da chuva e com a pureza de seu amor.

Quero uma pessoa que goste de sujar os pés na areia de uma praia, que olhe para o horizonte e sinta o sentimento terno criado por tal paisagem. Quero uma pessoa que se banhe nas ondas do mar, que sinta o sufoco da falta de ar. Quero alguém que desenhe um coração na areia, coloque nossos nomes nele, eternamente, para que a maré o leve e o sempre traga, através da brisa quente das primaveras dos meses de outubro.

Quero alguém que compartilhe risadas, divida carinho, amor e pipocas assistindo Friends. Quero alguém que me cubra de beijos. Quero alguém que me ligue de madrugada porque sente saudades. Saudades de duas horas de separação. Quero alguém que aceite que a leve andar pelas ruas das luzes alaranjadas. Para que possamos falar de nossos medos, de nossos sonhos, de nossos desejos, de nossas aventuras. Quero alguém que sinta a vontade de sentar pela grama e olhar o crepúsculo. E assim observar por longo de horas o amanhecer. Para a chamada do verão. Quero alguém para perseguir pelos bosques de outono. Para que nunca fuja de mim novamente.

Quero uma pessoa que valorize tão pouco, pois assim a felicidade se tornará, a criação do conjunto de singelos feitos.

Simples feitos, como o Amor, tão grande e louco sentimento.

Não me importa o tempo. Não me importa como. Não me importa onde. Não me importa o por quê. Sempre esperarei por ela. Aquela que eu quero. Somente ela e mais nenhuma. Nada me fará afastar de tal sentimento. De tal vontade de viver algo tão terno, grande, gostoso e feliz. Pois do seu lado nada mais me importará. E tudo terá sentido.

Vida. Paixão. Amor.

Você será os três. Possuirá meu coração. E assim serei os três de você. Possuirei seu coração. Para assim contagiarmos a história de nossas vidas. Para que sejamos um. Para que sempre sejamos um. Assim, lhe estarei esperando. Assim, estarei escrevendo de como me amará. Assim, lhe buscarei. Pela imensidão e confusão de todos os desencontros pelos quais nos envoltamos. Sempre nos envoltando. E quando me achar. E quando lhe achar. E quando nos acharmos. Sentiremos a vontade de largarmos tudo o que temos pois esse amor era tudo com o que sonhavámos. Esse amor, essa vida, essa paixão. Não desisto dessa incessante busca. Por mais dolorosa que seja. Por mais dolorosa que se atreva mostrar. Pois eu lhe prometo. Nada será em vão quando estiveres do meu lado.

É o que eu quero. É o que sempre irei querer. Nada mais do que você.

Você. Seu Amor. Sua Paixão. Sua Vida.

8.12.12

Sem Você

Sem seus olhos meu caminho não teria uma direção concisa. São eles que esclarecem a neblina de um caminho tortuoso. Caminho de dúvidas e indecisões. Sem seus olhos não poderia me guiar até sua consciência, ter o prazer de penetrar em tua mente e indagar as expressões que afloram em suas pálpebras. Sem seu olhar não poderia ter a felicidade de me sentir encabulado com a forma que me observa, com a forma com que analisa meu corpo que pede a sua presença, com o jeito com que move suas sobrancelhas ao fazer entender os sentimentos que percebem-se. Sem seus olhos não poderia encontrar a realidade do amor em suas lágrimas de saudade. Sem seus olhos eu viveria perdido na escuridão devassa, assolado pelo mal da humanidade. Sem você e seu olhar não poderia viver.

Sem sua boca meus lábios sentiriam-se solitários. Sozinhos em meio ao vão do ar buscando a presença dela, o gosto dela. Sem a sua boca não poderia sentir a mordida provocante que suavemente pega meus lábios de maneira desprevenida. As tatuagens de nosso amor fervoroso de noites providas por sua boca inexistiriam. Sem sua boca longas horas de beijos nunca mais se encontrariam, única perante. A forma com que balança a sua boca é extasiante, a maneira com que remõe meus lábios maciamente, elaborando carinho e tesão. Sem você e sua boca não poderia viver.

Sem seu sorriso me faltaria tranquilidade. Aquela que encontro no brilho dos seus dentes. Sem seu sorriso a loucura me tomaria pois a beleza do mesmo demonstra paz e felicidade, de me encontrar em seu lado. Sem o sorriso que vejo ao acordar meu dia seria cinzento e nublado. Sem seu sorriso minhas piadas e trapalhadas não teriam mais sentido, pois é nele que se encontra a graça. Sem a beleza de seu sorriso não haveria razão para batalhar pelo dia incessantemente para ao final observá-lo apreciadamente em nossa cama. Sem a graça do seu sorriso não perderia momentos de sono olhando-o em meu travesseiro, conforme eu faço cócegas em seu corpo. Sem você e seu sorriso não poderia viver.

Sem seu cheiro não poderia mais me guiar pelo escuro procurando pelo teu aconchego. Sem seu cheiro eu perderia a sensação de prazer e tesão. Sem o aroma do seu corpo ao meu lado em nossa cama meus sonos não teriam a mesma paz. Sem o perfume de seus cabelos não entenderia o amor que exala em seus instintos. Sem você e seu cheiro não poderia viver.

Sem suas palavras não poderia obter respostas para as dúvidas que me afligem durante nossas longas madrugadas de conversas. Sem as palavras de sua boca não sentiria o tesão que me oferece ao pé do ouvido, as palavras sempre mais sexys. Sem suas palavras não poderia me dizer que me amas ao ínicio e ao fim dos dias ao seu lado. Sem você e suas palavras não poderia viver.

Sem seu corpo não encontraria mais o conforto que me oferece em seus abraços. Sem seu corpo não me divertiria mais procurando por seus pontos fracos. Sem o seu corpo não me entreteria mais desenhando com a ponta dos dedos em seu abdômen. Sem seu corpo minha boca não poderia mais sentir a maciez pura de sua pele. Sem seu corpo minhas mãos não poderiam trabalhar relaxando seus pés, suas pernas, seus joelhos, suas coxas, suas costas, seus seios. Sem seu corpo não encontraria razões para ter prazer mais. Sem seu corpo não obteria orgasmos orquestrais, aqueles que me elevam a níveis de sensação tão distinta e semelhante determinada por amor e tesão. Nunca mais atingiria o nirvana que você me proporciona. Sem seu corpo não haveria mais sentido para agarrar-lhe desprevenidamente e fazer uma surpresa. Sem seu corpo a graça de poder levar-lhe em meus braços a nossa cama deixaria de existir. Sem você e seu corpo não poderia viver.

Sem suas mãos não existiria graça em passear pelas praças iluminadas pelos luares cheios de vida. Sem suas mãos as madrugadas desencontradas pelas ruas alaranjadas perderiam a noção da direção. Sem suas mãos não poderia relaxar a minha consciência conforme passeia pelas estradas de meu corpo com seus dedos macios e ternos. Sem você e suas mãos não poderia viver.

Sem seus beijos não me renderia ao torpor da paixão que os mesmos sempre afloraram, a apaixonante sensação de sentir você dentro de mim. Sem você e seus beijos não poderia viver.

Sem você os dias nunca seriam os mesmos.

6.12.12

Felicidade


O que é ser feliz? 

Felicidade é um estado convergente de emoção e sentimento. Não existe uma só definição, são possibilidades infinitas que podem explicar uma sensação tão pura. As definições são pessoais. Todo mundo pode ser feliz. O que diferencia uma pessoa feliz de uma infeliz é simplesmente ter a compreensão e a habilidade inteligível de saber o que te faz bem. 

Ser feliz é um estado consciente de que as coisas têm sentido. Quando você enfrenta horas de trânsito, mas sabe que o destino é sempre um porto seguro. Quando você passa mais de dez horas trabalhando, entre doses enormes de cafeína e broncas do chefe que não tem mais o que fazer da vida a não ser despejar suas insatisfações em seus subordinados, e mesmo assim você, cansado e grogue, sai de lá com a sensação de dever cumprido. Todo dia, semana, mês, ano, sempre um desafio. 

Ser feliz é ver o rosto da pessoa amada em todo lugar que se vá e lembrar cada situação esdrúxula que vocês já passaram juntos ou que você queira passar junto dela. É sentir o aroma de algo que você não consegue identificar, mas que lembra o doce perfume que você sentiu quando a abraçou. É sentir a presença confortante e relaxante de alguém que está pensando em você mesmo há quilômetros de distância, seja ela física ou psicológica. Ser feliz é sair cantarolando, gesticulando e balbuciando pela calçada, vendo as pessoas te observando, imaginando que você esteja sofrendo um derrame, mas você não se preocupa. Ser feliz é retribuir sorrisos tímidos. Você sorri, eu sorrio, nós sorrimos, todos sorriem. Ser feliz é saber que mesmo no buraco vários braços se esticarão e não descansarão enquanto não o tirarem de lá. É ficar bêbado, dar show, e ter alguém pra contar isso para os seus netos. Sem detalhes pornográficos, por favor, vovô! Ser feliz é se apaixonar pela simplicidade. Palavras, atitudes, carinhos, beijos, abraços, e todo xingamento possível que seu melhor amigo conheça, porque no fundo nós sabemos que ele nos ama e não somos nenhum filho da puta. Ser feliz é ser altruísta, fazer o que quer quando se tem vontade, falar a merda que quiser, comer e beber o que se tem vontade. 

É fazer com que todos ao seu redor sintam-se bem por estar próximo a você. É se atirar contra tudo e todos em uma sensação, vontade e sentimento, por ter fé naquilo, mas consciente de que pode sangrar, de que pode ser dolorido, mas também sabendo que as feridas curam, as dores passam, e você fica mais forte, mais sorridente, mais bobo, besta e tonto. 

A receita para a felicidade é você quem faz, seja imprevisível.

3.12.12

Divertimento, Relacionamento

Namorar, atualmente, se tornou algo totalmente sem nexo. Eu sou quem menos deveria opinar sobre este assunto, sou um total forasteiro nessa área, a minha mãe é a única contente com a situação, já disse várias vezes que quer distância de noras. Embora acredite que seja brincadeira, no fundo ela quer o bem de seu primogênito e, isto é, que nenhuma baranga qualquer entre na família.

Maínha que despreocupe-se, encontrarei um bom partido, algum dia.

Mas afinal, por que namorar tornou-se algo sem nexo? Eu penso ser a dificuldade de encontrar pessoas interessantes, com o agravante, de que ter alguém não é o interesse majoritário. Há muitos outros interesses que ganharam, com os anos, importância muito maior que cultivar um relacionamento. Aqui podemos enumerar variadas situações: dinheiro, trabalho, estilo de vida, dinheiro, trabalho, falta de tempo, dinheiro, trabalho, falta de saco, dinheiro, trabalho, falta de paciência, dinheiro, trabalho... cansei. Continuamos esta lista em um outro post (só que não).

E existem as brilhantes mentes desse mundão, que namoram por interesse. Olha como o cenário se inverte. Aqui jazem os psico-patológicos, mantenha distância, ou faça como eu, divirta-se das trapalhadas que esse tipo de pessoa tende a se meter. Rir da desgraça alheia? Sim! Esse tipo de pessoa faz mais que por merecido.

É aí que entra a minoria. Como eu adoro a minoria, rapaz!

Há quem diga que namorar, se comprometer, e estar em um relacionamento, traz um agravante: abandonar a vida de solteiro. Mas peraí, abandonar a vida de solteiro? Ninguém quer abandonar a vida de solteiro. Muito menos eu! Que dirá você aí, que possivelmente está desconfiado que cherei cola desde o ínicio deste artigo.

Mas eu não cheirei, se vale de conforto.

Deixa-me pensar a melhor forma de abordar isso. Primeiro, não estou dizendo que sou adepto da poligamia, muito pelo contrário, as pessoas que me deram mais prazer na vida, seja ele sexual ou não, foram as que conseguiram intimidade intelectual, social e sexual, de mim, e eram recíprocas. É a melhor sensação do mundo. E segundo, me diga qual o seu objetivo de vida, porque o meu é me divertir o máximo de tempo que me seja possibilitado.


Ora, nada mais justo! Afinal, relação e diversão rimam, e se você ficou na dúvida, divertimento e relacionamento também rimam. Se é pra estar junto, é pra se divertir junto!

Viram! Afinal, eu não estou todo cheiradão de cola, meu argumento é muito mais que plausível, é totalmente excelente, já diria Paulo Bonfá!

Uma pessoa divertida é aquela que tem um montão de coisas em comum com você, da mesma forma que tem várias bizarrices que você não consegue entender. É o equilibrio. Estar com alguém é criar um vínculo valoroso que agregue as duas partes. Você vai ensinar coisas a ela, e ela lhe ensinará muitas coisas também.

Eu quero poder sair e encher a cara com meus amigos e não ter alguém ligando toda brava ao telefone, eu quero que ela vá encher a cara junto comigo. Alguém que me ligue e fale sussurrando no telefone "delícia imensurável da minha existência, cheddar do meu doritos, catchup das minhas batatas fritas, sorvete de creme do meu petit gateau, cereja do meu bolo, shoyu do meu sashimi..." OK OK viajei aqui, muita calma nessa hora. Voltemos. Alguém que me ligue e diga "em qual bar vamos beber essa noite?". Óbvio que cada um tem seus círculos de amizade, haverão situações que cada um tem de curtir a noite com seus amigos, isso é mais que natural e saudável, isso cria confiança e, olha só, a saudade! Sentir saudade, sentir falta, são sentimentos que nos mostram o quanto realmente gostamos de alguém.

Eu gosto de bagunça, de dar risada! Eu quero dançar sertanejo, totalmente desajeitado. Vai ter dia que vou me apoiar em você e terá de me colocar na cama pra dormir, e eu vou fazer o mesmo por você. Vamos dançar funk? Vamos ficar doce? Eu quero me divertir, não quero uma pessoa mimimi ou fresca que fique me medindo e medindo meus amigos, eu quero alguém que pule junto. Eu quero que ela do nada venha falar sobre a morte da bezerra pra eu ficar com cara de poste tentando entender o sentido da vida, até ela me dar um puta de um beijo e me deixar sem folêgo. Não quero ficar sozinho com ela em casa, papai e mamãe, eu quero lhe virar do avesso, lhe fazer cocégas a noite inteira, beijar seu corpo inteiro.

E ela vai pegar o controle do videogame e te desafiar, e no primeiro round você vai deixar ela ganhar. Você é um gentleman. Até se dar conta que está perdendo largado, e ela te provocando a noite inteira "Perdeu pra uma menina!!! SEM MORAL!!". Quero poder ao seu lado filosofar sobre a vida, falar um monte de abóboras sem qualquer sentido. E você balançando a cabeça como se eu fosse o filósofo da década, até não conseguir segurar o riso e gargalhar da minha cara, mas eu levo tanto as coisas a sério.

Pessoas divertidas são difíceis de achar. E quando você procura tantas outras qualidades juntas, esse número torna-se ínfimo, pra tristeza da galere.

Mas elas existem, eu te garanto!

1.12.12

#2 Something

#2 Songs To Make Love To

Celebrar nostalgia com amor, e que música mais clássica que a faixa composta por George Harrison para atender isto. Something é doce, é inocente, é a ilusão do cara apaixonado com os acordes melódicos prazerosos da guitarra de George.

São versos de ingenuidade do amor e da vontade urgente de culmina-lo com a amada. A versão do musical Across The Universe, retrata a música de forma ainda mais bela.


30.11.12

Tão De Repente

Em um instante, não mais que em um instante você percebe que a vida não é mais a mesma. Em um piscar de olhos, tão surpreendemente em um piscar de olhos, uma grande e nada sutil mudança põe tua mente pelos ares.

De repente você percebe que não importa quantas bocas beije. Você percebe que não importa. Isso realmente nunca importará. Você percebe que somente quando ela modelar junto de você o beijo de vocês, sentirá prazer... pela primeira vez.

De repente você percebe que não importa quantas noites, com tantas mulheres. Você sabe que isso nunca importou. Saberá que somente com ela, as noites não terão fim. Somente com ela você sentirá tesão... pela primeira vez.

De repente você percebe que o embriagável só terá sentido quando brindam-se taças de vinho com ela. E somente embriagar-se-á de paixão com ela... pela primeira vez.

De repente você tem certeza, sentado em uma mesa, ao lado de amigos, aos berros, você tem certeza, ao ver o telefone, que é somente dela a ligação que espera receber. Você sentirá saudades... pela primeira vez.

De repente, não mais que de repente, você percebe que ela tem razão, ela sempre teve. Você percebe o quanto é um babaca, e quer seu perdão. Você saberá o que é a dor da angústia... pela primeira vez.

E de repente, depois de tantos meses, você percebe que ter enchido o coração de coragem (e alcool) e ter ido falar com ela valeu a pena, aquela guria doida e toda desencanada da vida. Mesmo achando que era muita areia pro seu caminhão. E não mais que de repente, nada mais importa. Pois é do lado dela que quer estar, sempre. Você sentirá amor... pela primeira vez.

E tão de repente, sentado em um banco de praça, vendo ela com o teu pequeno, você percebe o que realmente importou, importa, e sempre importará.

Tudo isso, todos esses pensamentos o tomarão. Tão de repente percebe o que realmente importa, para sua felicidade. O mais simples. Você percebe que seu coração só acalmará quando uma pessoa se importar. Quando ela se importar em te ligar três horas da manhã, te acordar, para ouvir sua voz. E você não se resignar em fazê-lo.

28.11.12

O Rock N Roll Não Está Morto

Dizer que o Rock N Roll morreu parece ser uma máxima atualmente. Até grandes artistas entregaram-se ao típico comentário esdrúxulo, embora façam parte do comentado gênero musical (o que, para mim, soa muito bisonho). Foi o que Slash disse uma vez. Exatamente. Um dos maiores guitarristas de todos os tempos, listado, inclusive, pela Rolling Stone, teve a audácia de tecer tal comentário. Audaz, foi, porque lhes digo, ele ainda faz música. Não estaria, ele, sabotando seu próprio trabalho? É pra se pensar. Seus trabalhos solos são bons, o passado Guns foi excepcional, o atual Velvet Revolver era um dos focos do Hard Rock, até o rompimento com Scott Weiland.

Dizer que o Rock morreu, é ser saudoso, é ser nostálgico. Mas é também ter o comodismo de achar que tudo de bom ficou no passado. Compare seu celular Nokia indestrutível de 8 ou 9 anos atrás com o smartphone incrível que tem em suas mãos, ele só não vira um Autobot que eu tô ligado.

Os atuais “20 e poucos anos”, me incluo, também tecem o típico comentário. Apesar de todos nós termos perdido a época áurea do Rock N Roll. Contamos do surgimento, nos anos 50, até meados dos anos 90. Quem diz que começou a apreciar música de verdade antes da puberdade é um puta mentiroso. Alguém venha aqui me contrariar. Sem ter o medo de verdadeiramente me dizer o famigerado som que ouvia antes dos 13, 14 anos.

Você, como eu, começou a fantástica jornada de conhecimento “rockiano” escutando coisas velhas, músicas mais velhas que você. E eu tenho certeza disso. Meu pai e meu padrinho de batismo foram autênticos rock n rollers. Tinham dezenas de vinis e cabeleiras de se ter inveja. E a primeira banda que me vem à mente, quando lembro-me de seu gosto musical, é Pink Floyd. Passei minha infância ouvindo esse trem. E também de muito sertanejo corno, vide Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo e similares. Por curiosidade (GRAÇAS AOS CÉUS DIVINOS) eu comecei a buscar rádios que transmitiam Pink Floyd. Foi aí que conheci o Baú da Mix e a faixa clássica da 89 Rádio Rock. Coisas que, hoje em dia, somente a Kiss FM toca em São Paulo. Conheci bandas como Simple Minds, The Who, Jimmy Hendrix, Eric Clapton, Nirvana, Led Zeppelin, Deep Purple, U2, The Cure, The Smiths, Black Sabbath, Yes, pra citar algumas e não ficar uma coisa absurdamente extensa.

Estou começando a me desprender dessa realidade em que o Rock N Roll morreu. O Rock nunca morreu. Rock nunca foi mainstream. Partimos da ideia de que o Rock surgiu como um movimento underground e rebelde, de adolescentes querendo destruir a visão certinha que a sociedade tinha das coisas nas décadas de 60 e 70. Para os pais daquela época, o Rock N Roll era abominável. Alguém aí já assistiu “Detroit Rock City”? É um ótimo exemplo. Se não, assista. Afinal de contas, O ROCK NÃO É POP.

O bom e gostoso Rock N Roll está mais vivo do que nunca. Você só tem de procurar arduamente por novas sensações. Em épocas sem internet, as pessoas se correspondiam mandando fitas k7 com gravações de bandas tocando em pequenos clubes espalhados pelo mundo. Foi assim que o Big Four chegou onde está! Quem é o Big Four? Porra, você está desinformado hein? Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax. 

Você tem centenas de bytes disponíveis na sua tela aí sem precisar se corresponder com ninguém por coisas tão antiquadas quanto envelopes e tá reclamando do quê?

Ouvir Black Rebel Motorcycle Club me motivou a escrever isso. Baby 81, de 2007, é um dos melhores álbuns de Rock N Roll que eu já ouvi na vida. Ouvir esses caras foi a coisa mais fortuita que me ocorreu. Eu achei no perfil de uma amiga no Last.fm, a banda Bombay Bicycle Club e devo ter baixado BRMC por puro engano. Um ótimo engano. Ninguém nunca tinha me falado de BRMC, e me parece que ninguém no meu círculo de amizades realmente os ouve. Sei que um ou outro já comentou, e eles vieram no SWU de 2011. Quem esteve lá, viu e ouviu coisa boa.

Fato é que o Rock nunca morrerá. Não se prenda no passado. Talentos passaram, talentos vivem e talentos existirão. Sempre haverá alguém querendo fazer algo diferente de tudo que já existiu, inspirado pelos motherfuckers do passado e/ou atuais.

Para de ser tão resignado e vá pedir fitas k7s por aí!


27.11.12

Inconsequente

Esse ato altruísta de dizer que ama, de se jogar do precípicio sabendo que a dor da queda é inimaginável, e mesmo assim se deixar levar pelos desejos apaixonados que se encontram nos olhos do apaixonado e de seu objeto de amor.

A reciprocidade se engana quando a paixão cega a mente e mantém o sangue efervescente. Não existe. O abraço retornável é um simples modo de dizer que apesar dos sentimentos, tudo ficará bem. As adversidades sempre existiram, parece que não há momento para esse grande amor.

Foram tantos anos esperando a sensação exata, e até hoje se pergunta se era aquele o momento. Mas que seja! Não ficarás mais angustiado, como há nunca, tomou a posição que um verdadeiro homem enamorado tem de tomar, prostou-se iludido e mesmo sabendo disto, sentiu-se tão bem.

Os beijos, sempre houveram. E com o tempo aquele conjunto parecia cada vez melhor entender-se. Como uma banda de rock n roll que começa jovem e esganada, e que aos poucos torna-se grande e os talentos de cada integrante destacam-se. E assim como uma grande banda que enfrenta hiatos, nossos lábios nunca estiveram sempre juntos. Creio que eles sintam mais saudades que nós dois. Mas quem sou para me enganar, eu sinto falta da sua pouca noção do inconsequente.

E que continue sempre assim, se não comigo, com alguém que lhe permitirá sentir o amor que tanto merece. Eu não consigo imaginar ficar sem seus sorrisos, sem aquele abraço gostoso, sem sua risada insana e suas piadas infames. Inclusive, seu senso crítico é sensacional. É um absurdo como me escracho quando retrata as situações vividas. A sua voz é... ... é aí que eu me perco olhando para você. E você, apesar de ser toda pomposa, fica toda envergonhada, e eu nunca entendi isso. Como causo constrangimento em alguém tão cheia de si? Estaí a questão filosofal das pedras intergalácticas espaciais originadas pelo sentido da vida encontrado no vão da via lactéa que, apesar do nome, não tem qualquer referência aos leites e iogurtes. Pois é, fico prolixo quando estou constrangido e me vem coisas á mente e tantas bobagens, também fico inquieto.

Fico inquieto toda última vez que nos encontramos, porque com você parece ser sempre uma última vez. De certa forma isso me fez aproveitar melhor as últimas vezes ao seu lado, eu sabia que apesar de dizer que gostava de mim, eu não... eu nunca saberia quando nos veríamos novamente. Isso não é triste, isso é chato pra caralho!

A gente funciona tão bem junto, ou estava eu confuso. E por mais que você diga que eu tento mudar meu comportamento ao seu lado, engana-se. Eu fico sem reação, é assim que me deixas. Eu não tenho a mínima ideia do que fazer, do que falar, se pular, se gritar, se falar merda, se virar um triplo carpado duplo.

E o que dizer dos copos de cerveja.  Falta mulher no mundo companheira de boteco. E ela sabe como eu gosto de uma cerveja, das mais variadas, sou praticamente um estudioso da arte alcoolatra do boteco boêmio. E ela pediu pra colocar mais pra gelar sem eu sequer piscar. É muito amor. É telepatia!

Me provoca como ninguém. É incrível a sua falta de senso comum quando o assunto é a cama, diz que sim mas diz que não. Quer mas não faz, diz que vamos e já fomos, só que ficamos. Travamos, passamos, ali, aqui, em cima e embaixo. E fica sempre no meio do caminho. Culpa minha, culpa sua. Mas a gente se provoca bem, eu sei que sim. E eu prefiro nem imaginar esse tipo de coisa, não é premeditável, é tudo tão natural, esse desejo louco de querermos nos enrolar em uma coberta quentinha e suspirarmos durante o resto da madrugada fria depois de algumas garrafas de cerveja. Imagino quando será, será intenso, e será completo, mas só imagino, não quero ficar passando vontade, você me deixou louco. Fim. Paremos este assunto por aqui.

E eu nunca tinha chorado por ninguém da forma que chorei por você. Inclusive, é até estranho imaginar que escorreram lágrimas do meu rosto, pois nos últimos anos eu fui tomado por uma indiferença sem tamanho. E você foi a única que chutou o balde e me deu o tapa na cara que eu precisava, pra entender tudo isso, e agir como você merecia. E estou aqui apesar das lágrimas e do meu coração costurado. Não, não partiu meu coração. É que eu quero mais, eu quero muito mais. Eu finjo me enganar não saber porque me senti assim, mas quando nossas lágrimas se tocaram, não tive dúvidas. Você conseguiu atingir-me profundamente. Liguei o carro, olhei para o vão, minha visão turvada, e os rios enxaguaram o volante. 

E não quero imaginar mais nada, pois a única coisa que quero é estar ao seu lado. O resto ajeitamos na hora, é tudo tão natural, acontece sem escolhermos. Então venha para mim, sem medo, e te farei bem, e te acolherei, você terá sempre aquele abraço de urso, os beijos contínuos de luares cheios e a sensação de que em quatro paredes tudo é possível com nosso amor.

Se cuida.

25.11.12

Não Faz Jus

Eu decidi que não quero amar.


Não quero beijos longos divididos
Ao som da música que tocava no dia
Em que nos conhecemos,
E que nos tornou completos.


Não quero viver dias infinitos
Aproveitados de mãos dadas
Ao que se suponha ser a grande razão
De todas as confusões em que me meti.


Não quero o riso contagiante
Das suas gargalhadas regadas a vinho tinto
À mesa de um restaurante
Que se supõe chique.


Não quero mais a sensação
De saudade eterna que me carrega
Durante os dias da semana
Em que não sinto seu corpo junto ao meu.


Não quero olhar a chuva bater na janela
E ficar sozinho a suspirar a vontade de lhe dizer sua falta,
Não quero imaginar o que faz sem mim,
Longe de mim.


O telefone não quero mais olhar,
Ele não quero mais perto.
Esperar suas ligações que nunca vêm,
Eu não quero.

Não quero ver as fotos dos dias,
Compartilhados a dois na cama,
Dos dias de verão na praça,
Dos dias de outono no bosque,
Dos dias de inverno abraçados no mesmo algodão,
Dos dias de primavera no carro,
Em viagens sem fim, apenas estando ao seu lado,
Sem destino. Não quero.


Não quero sua cabeça encostada em meu ombro,
Não quero ouvir-lhe dizer que tudo ficará bem,
Pois estaremos juntos.
É mentira.


Não quero mais ouvir seus gemidos de prazer,
Ou a sensação quente do suor de seu corpo ao meu,
Seus suspiros em meu ouvido,
Eu não quero mais.

Pensar em você,
Eu não quero.
Decidi que amar é besteira,
Não faz jus ao que vendem nas prateleiras.

24.11.12

Mais Uma Vez, Dezembro

Dezembro. E nada mais.

Mais um dezembro. Mais uma vez, dores de cabeça, impaciencia e um coração acelerado rumando para o nada. Dezembros me deixam desorientado, perdido, alucinado e angustiado. A dor de sentir a ardua solidão compenetrando sobre o coração. Mais uma vez se pondo a pensar na mais distante possibilidade. Isso me cansa. Mas, apesar de encarar como um fardo, não há o que se fazer, o coração quer o que o coração quer. E se este não tem, sangra hemorragicamente. E você, se corroe por não ter o que fazer.

Eu não tenho muito o que dizer. Sinto falta de alguém. E em mais este novo dezembro, me lamento por não estar ao meu alcance. Dezembros são assim, solitários para os não relacionáveis e demasiadamente românticos atravessados de não-amor.

E o maior presente, meu amor, compartilhado por quem não o tem, faze-lo então acreditar promíscuamente no ano novo, esbaldando-me com o prazer da atração momentânea, e pondo o esquecimento em instantes a vontade de ter.

Que comece então um novo ano, e com novidades que o trazem! E que tenha mais onze meses sem precisar pensar em você. Pois que me doa só em dezembro, a insuportável sensação de nunca te ter.

19.11.12

Pela Manhã

A barba por fazer. Encaro o espelho, olhos marejados e cansados. Eu não quero alcançar o barbeador. O cabelo vai ficar assim mesmo, acabei de acordar, coloque um gel, já está bom. Me debruço na pia, e profundamente observo meu semblante. Não, ele não se mexe. Não, ele não pisca. Ele sequer move um músculo, não quer, não se dá o trabalho.

Seus dias têm sido um tanto vagos, sequências de eventos similares, dia após dia, a mesma ladainha. Me convenço de que a culpa não é minha, os demais tornam a minha vida mais entediante, não tenho como alterar isso. Convença-me de que posso mudar e sorrir.

Meus arpejos preenchidos de vazio não são reconhecidos em tardes de garoa e frio em São Paulo. Ele para e senta-se sobre os degraus do museu contemporâneo. Acende um cigarro, fazendo cara de paisagem, ele finge traga-lo em poucos instantes, que aos poucos torna-se cinzas. Os dias estão frios, o calor entre os dedos, o calor em minhas mãos, é fácil me enganar.

Não, eu não fumo. Só estou sendo dramático. Converto paisagem em um pequeno riso. Gosto de lhe fazer-me bobo. Um pouco mais, afinal, sempre foi um completo troglodita.

Em dias assim, tudo torna-se borrado. As vezes levanto e olho ao meu redor, mas só o que vejo são expressões aterradoras. Cabeças movimentando-se desengonçadamente sem olhos e narizes, apenas com suas bocas falantes e irritantes, álias, isso é redundante. É tudo tão borrado.

Pela terceira faixa não se ultrapassa. O limite é 80, deveria haver um mínimo, pois estás a 40. Mas é bom. O rádio não está borrado, está vivo. Cores chamativas indicando volume, tempo e canções. Eu me sinto mais vivo. A estrada não está mais tão nublada.

Ele encosta e desliga os fárois. Suspiro e solto um último ronco. Pisco duas vezes e me deparo com um sonâmbulo canino, está tão desligado quanto seu mestre. A geladeira tem cervejas. Mais uma noite esboçando versos em frente a uma tela. As ideias não surgem naturalmente. Normalmente quando se pensa em seu inalcançável, tudo se torna mais esperançoso. É difícil ficar te idealizando ano após ano, não tenho mais tanto material como antes, não sei o que se passa.

Repetitivo demais. Nenhuma outra mulher quis chutar o balde e dar-lhe um tapa na cara. Causo tanto constrangimento. É esse seu jeito desencanado, desligado, entortado, nada recalcado, e distraído. E ninguém disse que faz sentido. Interessante que não faça. Pois é tudo tão borrado, não há sentido em cabeças desengonçadas pulando de espaço em espaço. Ele acha que o mundo gira ao seu redor. O resto é tão borrado, teria de girar mais ao seu redor.

O sono traz lembranças de tempos bons. Alguns anos atrás. Tudo mais apaixonante e inocente. Engraçado e vivo. Durmo em paz, tentando encontrar-lhe, como havia feito tantas vezes, e você concordando em selar o contrato com beijos apaixonados.

Combinamos nos invernos de julho sempre nos vermos. Não hão de existirem bons dias assim, como antes. Eu sempre levei o cobertor e o vinho. A gente se agarrava na poltrona, e ela dizia que os dias eram melhores e não tão borrados. Eu sorria e, pela primeira vez, concordava que fazer cocégas em alguém era motivo para promessa de morte. Pareciam duas crianças, com o livre arbítrio adulto. Convenhamos, não há ideia melhor.

É por isso que espero. Não precisa levar o cobertor e nem o vinho, eu os guardo em casa. E espero por você só mais algumas vezes. A gente combina bem junto. O seu corpo é quente, eu gosto de observa-la enquanto dorme, você era tão desajeitada e graciosa. Tinha aquele ar angelical, mas não era isso que me atraia, e sim aquele trejeito inconsequente despretensioso que me deixava louco.

Daqui do alto do prédio, agora, ele só pode observar as luzes das estradas alaranjadas, fica tudo tão borrado quando ela não está por perto. Ele tende a acreditar que tudo faz sentido, que o tempo premiará persistência e compaixão. Não vá embora pela manhã, eu quero selar mais contratos ao seu lado.

18.11.12

Aquele Brilho

Sabe aquela sensação de que tudo parece certo, correto e verdadeiro em uma fração de segundos? Este é o sentimento que me atinge, que me incorpora e me toma de surpresa toda vez que me percebo perdido no jeito ridículo de dançar dela.

Você, toda torta, se achando a rainha do baile. Mas pouco importa-se e lixa-se para aquilo que os outros, e muito menos eu, estamos pensando. Você, provavelmente, embriagada, desliza por entre as pessoas no bar ao som frenético que vem das caixas de som espalhadas pelo lugar.

E quando me percebe olhando pelos cantos para você, intimida-se. Como se estivesse realmente se importando com o que penso de você. Seu rosto corado, é verdade. Mas isso é causa das variadas doses misturadas durante a noite. E apesar disto, uma graça.

Que merda! Eu realmente gosto de você. Só de bater meus olhos em você, eu sei. Quer dizer, eu não consigo explicar. Nem bem eu entendo porque demônios sinto algo por você. Queria que houvesse uma explicação razoável para isto. Mas para este bobo, as coisas funcionam assim.

Funcionam dessa forma, você apresenta-se:

"Olá, estranho." - "Ih garota, que papinho é esse? Vai fingir que não me conhece?"
"Porra... você não sabe brincar não?" - "Ahn... do que você quer brincar?"
"Hummm" Mede o rapaz de cima a baixo. - "Ahaha muito engraçado."
"Se liga!" - "Vai te catar."

Ok. Na verdade, a intenção era escrever outra coisa. Mas romances melosos e espalhafatosos não existem. Pra ser bem sincero, eu acredito que sim, existam! Mas com muito mais sexo no interim. Início, meio e fim (?). Feliz ou não.

Contos de fadas não têm sexo! Afinal, que graça tem? Princípes e princesas não fazem sexo. Selam a paz e a vida do reino com um único beijo. É um desperdício.

Ela não sabe que eu gosto dela. Ou talvez esteja encondendo de si mesma tudo isso. Eu não lá sou muito bom para dizer o que sinto também, porque meu medo é estragar algo que não teve nem início. O platônico tem uma visão muito complicada do amor. Ele prefere não estragar algo que nem está lá para ser estragado. É, vai entender.

Mas essa garota, ahhhh, essa garota. Nós nos beijamos algumas vezes. Foi louco. Tinha certeza de que eu naquela noite estava bem estragado, e ela também devia estar. Porque aquilo foi meio selvagem. É claro, estavámos escondidos. Não queria ninguém nos enchendo o saco, pela vergonha alheia. Mas foi muito gostoso, confesso. Foi uma disputa para quem dava o beijo mais elaborado. Mesmo que nenhuma das partes atuasse conjuntamente.

Eu lembro desse dia, como o caminho de casa. Nós nunca falamos sobre isso. Embora minha vontade seja absurdamente grande. Quem sabe para algo errado, alguma coisa certa surja. Passa tempo, passa.

"Eu lembro" - "O que você disse?" - "Eu disse que me lembro."
"Não sei do que está falando ha ha." Eu tentei disfarçar, mas minha risada me denuncia. Droga! - "Por que você quer se esconder? Me diz!" - "Ah... eu..."
"Pelo amor de Deus!" - "Mas como... por... daonde tirou isso da cabeça para vir conversar agora?" - "Olha, pra ser sincera, eu estava esperando você fazer alguma coisa, mas puta que pariu, como você é lerdo!" - "Cacete! Joga na cara!"

Silêncio...

"Não vai fazer nada." - "Peraí, vamos do início, deixa eu me concentrar. Ok... vamos lá. Eu estava pensando sobre aquela noite... selvagem... haha." - "Nem me fale... você estava bêbado." "Você não estava?" - "Não." - "E... mesmo depois daquela má impressão, você ainda resolveu continuar falando comigo?" - "Foi estranho, e você realmente parecia saber o que estava fazendo, apesar de não, mas... você é esquisito." - "E isso é bom? Espero..." - "Sim, foi diferente, eu nunca me senti daquele jeito..." - "Errr..."

Cara... onde eu enfiaria a fuça?

A gente ficou se entreolhando, e acabamos nos virando e dando umas voltas pelo recinto. Eu fui... direto ao bar. Ok, manda uma, manda duas, três, quatro... ok, chega!

Platônico é o caralho. Se ela veio falar comigo. Vocês devem estar se perguntando: "Que puta narrativa confusa dos infernos." É... eu sei que é. Mas aí é que está. Isso é diferente.

Vamos voltar à louca. Quer dizer, o doce sabor de pêssego com vodka daquela noite há alguns meses. Ela conhecia alguém, que conhecia alguém que me conhecia que acabou me conhecendo, e no meio de todo esse entrevero de pessoas que se conhecem, nos conhecemos. Oh! Eu me diverti horrores com ela naquela noite. O universo tinha sido, ao menos uma vez, bondoso comigo. Sabe, eu não saío tanto. E quando isso me ocorre, tento aproveitar as poucas horas com prazer. Como um trago vagaroso do cigarro. E eu nem gosto de cigarros.

Nós ficamos juntos, não lembro bem porquê. Eu sou horrível em cantadas ou em qualquer tipo de investida. Eu tenho uma ideia confusa do que seja um galanteio. Eu figuro muito na minha cabeça. Eu sei que grande maioria dos homens falam uma pequena merda, e grande maioria das mulheres vai na onda por não terem muito melhor o que fazerem. Odeio a grande maioria. Odeio.

Ao bar, fingia virar algumas doses. Mas eu ficava a observando.

Ela, com sua risada reconhecível. Engraçada e diferente. Uma mulher única. Eu estava encantado, ainda mais depois de tê-la conhecido melhor. Um verdadeiro furacão de informação.

E ela tinha o brilho nos olhos. Eu enxergava esse brilho em poucas mulheres. E ela tinha. E o que era pior, ela parecia gostar de mim. Ás vezes eu não sei bem o que acontece, esse lance amoroso não é comigo. Gostar, desgostar. Tudo parece igual. Mas aqui, creio, era diferente.

O brilho nela me deixava abismado.

Ao lado desta garrafa me indagava o que vai ser desta noite. Destes dias, de nós.

No dia seguinte, eu acordava caído, ao lado da cama. Apesar disso, tinha dormido bem. Meu celular ao chão, os lençois na minha cabeça. Provavelmente, cheguei bêbado, tirei a roupa toda e me atirei aqui. Típico. Até perceber um sutiã pendurado na porta entreaberta. Olho para trás.

Acho que lembrei de tudo agora.

17.11.12

Tenho Saudades


Do tempo em que a inocência regia minha vida.

Tenho saudades do centro tão movimentado daquela pequena cidade. Aquele dia que perdi a mão de minha mãe. Aquele dia em que me agachei e chorei, esperando por um abraço. Esperando por meus amigos. Esperando por um alô de alguém que se importasse. Saudoso me lembro daquela primeira década, para um pequeno adquiri tantas lembranças gostosas, de amizades que se tornaram tão importantes. Mas que o tempo parece ter levado. Nunca esqueço das brigas, entre nós três. Muitas delas. Não culminavam em absolutamente nada. Voltavámos e nos abraçavamos. Lembro do esconde-esconde, pois eu nunca me superava, pois eu sempre ficava bravo.

Das festas juninas em nossa escolinha, da oportunidade de ser seu parzinho. E de ter medo de segurar sua mão por não gostar de meninas, por serem tão bobas e chatas. E dançamos, e deixei minha mãe contente. E saí, a correr. Era a pipoca que estourava. Era o algodão doce. Era o seu bilhete. Um bilhetinho, que recebi acompanhado de meus amigos. Um cartão de paixão. Uma cartinha de carinho. Eu fiquei vermelho, de raiva. E constrangido. Mas ainda estou a pensar... estava a querer saber, quem havia me mandado. Talvez, algum dia descobrirei.

Eu lembro dos recreios, aqueles em que dividíamos nosso lanchinho, aqueles em que cantavámos pela nossa saúde. Era o danone, era o passatempo. Você sempre me pedia, mas eu nunca dividia. Odiava meninas, chatas e bobas! Nunca vou me casar! Meninas ficam brincando de bonecas no mundinho rosa delas! Chatas! Mas esse pensamento infantil existia porque eu queria sentar ao seu lado. E tinha medo. E ficava chateada quando dava mais atenção as suas amigas a mim. Por isso você era chata. Por isso eu não deixava você sentar do meu lado, por isso me afastava de você. Eu gostava de você.

Nunca me esquecerei de quando sentei do seu lado, nas aulas de história. E do quanto eu tentava lhe impressionar com minha inteligência. Eu sempre levantava e explicava com orgulho minha resposta. Queria que me percebesse. Mas você nunca olhava para mim. Sua boba!

E então, nunca mais. Eu fui embora. Perdi amigos. Perdi você. Perdi minha infância.

Eu tenho saudades da praça. De brincar na areia. De me balançar o mais alto, vontade de rodar o balanço e enrolá-lo na madeira. E me jogava na areia. E ria. Com meu irmão. E o escorregador. Eu descia de ponta-cabeça, e caía de boca na areia. E dava risada dos meus hematomas. E dava risada dos meus arranhões. E sorria quando me via sujo de terra. Eu lembro das corridas de bicicleta, e como caía frequentemente. E de como me levantava aos prantos.

Tenho saudades da rua de casa, naquele condomínio nas tardes de outono, onde sentava sobre a calçada e ficava a observar a correria dos homens, tão preocupados com a pressa, tão inconformados com suas vidas, tão egoístas a ponto de não enxergarem a tamanha felicidade ao seu redor, coisas simples.

Tenho saudades da frente de casa, onde sentava sozinho no jardim, gostava de pegar as pedrinhas do chão e atirá-las na rua pela incrível falta do que fazer. Arriscava furar os pneus dos carros, assim minha mente infantil acreditava. Um pequena pedra, uma pequena vontade de chamar a atenção.

Eu gostava da brisa que batia em meu rosto, eu não entendia como aquilo me deixava feliz. O vento que me arrastava, tão desafiador. A chuva que chegava tão amedrontadora. Do gosto da chuva. Eu lembro de como voltava aos passos contados, aos passos contidos, para aproveitar a água que caía. Para me molhar, para chutar as poças. Para pular entre elas. Eu tenho saudade.

Sinto falta das longas caminhadas à escola. Não me custavam trinta minutos, mas espelhavam um tempo eterno em minha mente. Eu observava o céu, o sol, as árvores se contorcendo conforme os ventos de inverno chegavam. E eu sinto mais falta ainda daqueles longos cabelos louros esvoaçados. Era a descida culminante. Quando lhe vi pela primeira vez, me contagiei de algo diferente. Você era uma garota, e eu um pobre menino. Eu tinha medo novamente. E eu pensava em chamar sua atenção, passando pela sua rua quando voltava, e eu queria tocar a campainha. Para falar para você que eu existia. Mas quando a toquei, me botei a correr. Eu era um menino, não sabia lidar com meu coração. Não sabia lidar com essa pressão.

Você apareceu em minha sala, seus cabelos louros me mostraram a certeza. Eu gostava de você, e eu queria que soubesse. Eu lhe fazia sorrir. Eu me escondia de você, e você sorria para mim, e eu ficava feliz. Eu me fiz perceber. Me fazia de inteligente, respondia as perguntas e você olhava para mim. E eu engasgava, por que me encarava? Por que me atrapalhava?

E mais uma vez eu parti. E deixei minha infância para trás. Seus rostos sorrindo a mim, ao meu lado. Eu queria ter lhes dito. Eu queria que vocês tivessem sabido. Eu queria. E eu tenho saudades. Eu sempre lembro, eu sempre recordo. Sempre estou a pensar. Em você, principalmente. Eu sempre lembro de todos, com muito carinho. Eu nunca esqueço daquele tempo, naquela cidadezinha.

Eu nunca esquecerei, de você e de nossas lembranças. Das minhas lembranças. Eu não mudei, eu sou o mesmo. Sou inocente, sou ingênuo. Sou uma criança, um menino que quer aquela menina chata do meu lado, pedindo para repartir uma bolacha.

"Eu lhe dou o recheio." Eu disse.

E você me beijou. Na bochecha.

16.11.12

#1 Make It Wit Chu

#1 Songs To Make Love To

Inicia-se uma série de posts, aproveitando minha paixão por música (por muita música). Já era tempo que queria ainda mais incluir nesse espaço músicas que criam ambientes perfeitos para momentos prazerosos. Não pretendo me alongar. Apenas sintam as diferentes e lúdicas sensações que a música pode nos oferecer.


A balada Make It Wit Chu do Queens Of The Stone Age explora, sem rodeios, e mostra a que veio. Viva Josh Homme!

Implosão do Universo

A criação do Universo se deu através de um tal Big Bang. Eu sempre achei, quando criança, que isso tinha alguma relação com o tal Big Ben de Londres; sim, eu era tão bobo e ingênuo, e continuo sendo. Mas, enfim.

Cheguemos ao ponto de mais uma teoria astrológica física! Mas o quê? De física pouco entendo, só faço charme, mas a questão é paranormal, quem as pode explicar? Benjamin Franklin? Galileu Galilei? Da Vinci? Mona Lisa? Ou talvez meu querido e idolatrado, o físico acima de todos, aquele que prometeu a si mesmo, e só a sua pessoa, que iria criar o seu próprio Buraco Negro portátil, sim! Stephen Hawking. Não, acho que nem ele com este mirabolante artefato, muito obscuro por sinal, pode me responder.

O fato é que estrelas cadentes me disseram, e ainda me dizem, que dois aparatos similares à uma espécie de meteoro, dois objetos de beleza estupenda, dois seres inquestionáveis, cairão sobre um tal endereço conhecido pela minha própria pessoa. Sim, meu endereço futuro. Meu futuro, meu passado e meu presente hão de se integrar nessa interessante catástrofe de patamares orbitacionais.

Os seguintes objetos, os descreverei. Como dito possuem uma beleza fênomenal, algo que não há como se diferir à olhos nus, mas se esclarecerá que ambos são distintos.

Afinal o que dizer do interior de ambos os objetos? Assim como as estrelas cadentes possuem meu coração esses dois objetos se assimilam a tal descrição, estando aparentemente próximos à conquista das tão belas, e que de pouca vida possuem, estrelas cadentes. Acredito que esses mesmos objetos sejam interessantes para uma profunda pesquisa, seu interior, mesmos distintos, e apesar de imensa confusão na análise inicial, são plenamente maravilhosos e fantásticos.

AaaAAAA catastrofe sem prescedentes há de acontecer. Os dois corpos celestes, e mesmo possuindo tanta beleza, irão competir pela maior destruição possível. Sem mencionar a possibilidade da infiltração de lixo espacial na crosta terrestre com o mesmo possível destino dos objetos citados. O mesmo lixo espacial, conhecido por todos, causaste destruição anteriormente e foste devolvido ao Cosmos, mas por ocasião do desinteresse, ocorreste de cair em uma mesma rota, a mesma rota de colisão, podendo causar o total sumiço da vida terrestre.

Após consultar especialistas pude constatar que não há o que fazer. A única esperança para o corpo celeste que há dentro de mim é que isso tudo ocorra e que todos os Deuses do Olimpo nos ajude. Mas há quem diga que isso seja mera especulação governamental para que o povo desvie os olhares de uma possível revolução nas terras de ninguém.